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Brasília em Dia

  • 17 de Outubro de 2009

    Voto de confiança ao g-20

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                A última reunião de cúpula do G-20 em Pittsburgh nos Estados Unidos, teve consideráveis avanços. Os chefes de estado enfrentaram um tema delicado, até então utilizado apenas para retórica inflamada. Decidiram sobre a transferência de, pelo menos, 5% das cotas do FMI para os países em desenvolvimento. O objetivo é reequilibrar as forças econômicas e assegurar maior influência aos países mal representados no Fundo. Outra decisão ousada é a conclamação aos países integrantes do FMI (186 membros) para que exijam a implantação imediata da reforma – sobretudo a de quotas - decidida em 2008, até hoje colocada na gaveta.

                Criado em 1945, o FMI desempenha funções na área da cooperação monetária internacional; a estabilidade cambial; o crescimento econômico e altos níveis de emprego, além de prover assistência financeira temporária aos países em fase de ajustamento do balanço de pagamentos e facilitar a expansão equilibrada do comércio internacional. Em 2008, a instituição abriu a discussão da crise financeira internacional, a revisão dos instrumentos de empréstimos e a reforma de quotas. No novo ambiente, o FMI passou a revisar a sua atuação e a reforçar os instrumentos, visando contribuir para a formulação das políticas econômicas adotadas pelos países atingidos na crise e prover recursos financeiros para viabilizar a sua eficiência. O FMI também participa ativamente de discussões envolvendo a construção de uma nova arquitetura financeira internacional. Lastimavelmente, as mudanças aprovadas estão no papel, até hoje!

                O grupo dos 20 (G-20) ultrapassou o Grupo dos 8 (G-8) como o fórum mais importante para a cooperação econômica internacional.

                Em 1975, as potencias econômicas do mundo oriental eram o  Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Inglaterra e Estados Unidos.  Estes países representavam, em conjunto, 62% da produção econômica global. Mesmo depois da incorporação da Rússia pós-soviética, os oito países atuais representam a reduzida percentagem de 57% da produção mundial. Avalia-se que a proporção continuará a diminuir. Preve-se que atinja  37% no ano 2025 e apenas 21%  em 2050. 

                O futuro está com o Brasil, a Índia, a China e a Russia (a sigla é BRIC). Estes quatro países ofertarão cerca de 27% da produção mundial no ano 2025 e 40% na metade deste século. Quase o duplo do que produzirão os  oito grandes (G 8).

                Neste contexto, a China desponta. A sua estratégia é ampliar o poderio econômico e bélico. No plano econômico, os chineses voltam os olhos para o mundo. Buscam acesso a todas as áreas de produção energéticas; alianças com países que até então estavam na dependencia econômica dos Estados Unidos e oferecem opção geopolítica à hegemonia norte-americana.

                A liderança universal dos EEUU remonta ao período pós II Guerra Mundial, quando o país consolidou a posição de superpotência capitalista, ao lado da União Soviética que havia aderido ao socialismo em 1917, tornando-se nação respeitada.

    De um lado, os Estados Unidos procuraram manter a sua liderança em vastas áreas do mundo. De outro, a União Soviética expandia o socialismo. Muitos países do leste europeu alteraram a sua organização econômica, política e social de base capitalista e se tornaram socialistas.

                A queda da URSS alterou o panorama geral. Fica apenas uma única superpotência. A hegemonia do socialismo não representa ameaça próxima. Ressurgem as disputas entre as maiores potências (EUA, União Européia, Japão) e outras emergentes. O quadro geral no início do séc. XXI é de competição global pela hegemonia.

                Neste contexto, cresce a importância do G-20 nas relações internacionais. Os seus líderes dão passo histórico em direção ao reequilíbrio da economia mundial e da estrutura de poder. Na última cúpula de Pittsburgh, os chefes de estado declararam que os esforços conjuntos se orientam para restaurar o crescimento e reparar o debilitado sistema financeiro internacional.

                Sem dúvida, nasce alternativa de maior equilíbrio nas relações entre “fortes” e “fracos”, na economia global.  Como dizem as conclusões de Pittsburgh é muito cedo para começar a desfazer as medidas monetárias, fiscais e financeiras, que ajudaram a conter a turbulência e tirar a economia global da recessão. "Um senso de normalidade não deve levar à complacência. Prometemos hoje sustentar nossa forte resposta política até que uma firme recuperação esteja assegurada", expressa o comunicado.

                Só resta um “voto de confiança” ao G-20.

     

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