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Brasília em Dia

  • 03 de Outubro de 2009

    Os desafios da democracia...

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                No último dia 15 de setembro, o mundo comemorou o “dia internacional da democracia”. Data simbólica, sobretudo no instante em que, especialmente na América Latina, existem inquietações sociais, pondo em risco os valores democráticos.

                A propósito, ainda repercutem para os analistas políticos, os resultados de uma pesquisa realizada há algum tempo, pelo “Instituto Latinobarometro”, com sede no Chile, em 17 países da região (cerca de 18 mil entrevistas). Eis alguns resultados:

                Democracia: na América Latina os países com maior apoio à democracia são Costa Rica e Uruguai (77%). O menor índice é do Brasil (37%), abaixo da Colômbia (39%), onde existe um quadro de quase guerra civil.

                Satisfação & insatisfação: embora 56% da população da América Latina apóiem a democracia, apenas 27% está “satisfeito” com o funcionamento democrático.  O Brasil tem índice de 21% de satisfação. A maior insatisfação está na Argentina (8%) e no Paraguai (7%). 

                Sistema de Governo: a democracia para 68% dos latino-americanos pode ter problemas, mas é o melhor sistema de governo. No Brasil, o índice sobe para 70% e na Nicarágua e Costa Rica atinge 82%.

                Atitudes diante da democracia: 50% da América Latina dispõem-se a aceitar um governo forte, desde que resolva os seus problemas e 37% admite passar por cima das leis, quando a situação for difícil. O total de 75% da população concorda que a solução dos problemas nacionais não depende da democracia e 79% aceita que a lei deve ser obedecida.

                Autoritarismo político: no Uruguai 70% da população repele o autoritarismo político, sob qualquer forma; no Brasil 42%; no Paraguai e Equador 27%. O Uruguai é o menor índice de aceitação das “ditaduras”(9%); Brasil (12%). O maior percentual de aceitação do autoritarismo político é o Equador (25%). Na pergunta sobre a eficácia da democracia para solucionar os problemas dos países, 58% da América Latina responde que a democracia não soluciona os problemas e 37% que sim.

                Confiança nas instituições: As instituições que os cidadãos latino-americanos têm maior confiança são, pela ordem,  a Igreja Católica ( 71%); a televisão  (45%); as forças armadas ( 38%); os bancos (36%); a Polícia (33%); as empresas privadas (32%); os municípios (32%); a Presidência da República (25%); o Poder Judiciário (25%); o Parlamento ( 23%) e os Partidos Políticos (14%). O Parlamento é a instituição que tem perdido mais confiança nos últimos anos.  Os países que mais confiança têm nas Forças Armadas são Brasil (61%), Colômbia (57%) e Venezuela (54%).

                Significado da democracia: Para muitos latino americanos, democracia significa algo que não pode expressar em palavras. Quatro países da região têm elevados índices de “não sabe” e “não responde” sobre o significado da democracia. São eles: Brasil (59% não sabem e 4% não respondem); El Salvador ( 41% não sabem e 5% não respondem); Colômbia ( 40% não sabem e 4% não respondem) e  Guatemala (36% não sabem e 7% não respondem).      

                Economia de mercado: As maiores insatisfações com a economia de mercado estão no Paraguai (65%), Colômbia (45%), Equador (42%), Argentina (41%), Bolívia (40%) e Peru (40%).

                Mais admirados:  Numa escala de 0 (muito mal) a 10 (muito bom) a instituição internacional pior avaliada é o FMI (5.1%) e a melhor as Nações Unidas (6.86%). O país mais admirado na América Latina é o Brasil com 12%, seguido do México com 7% e a Argentina com 6%.

                O ceticismo com a democracia latino-americana justifica ações no sentido de fortalecê-la. Afinal, se trata do único sistema de governo que pode promover eficazmente os direitos e liberdades fundamentais dos povos, a distribuição equitativa da riqueza e maior segurança para todos.

                O desafio está nas mãos dos Parlamentos, por serem eles a instituição central da democracia. Os parlamentos e os parlamentares devem estar preocupados com o abismo que os separa das aspirações dos cidadãos, sobretudo em relação ao debate público que conduz a dissensão e ao exame sério das opções políticas.

                Recuperar a credibilidade dos parlamentos, fortalecer os partidos políticos e assegurar a governabilidade são os principais pontos de preocupação, na hora em que o mundo comemorou, no último dia 15, o “dia internacional da democracia”.

    Coluna semanal
    Revista Brasilia em Dia

    www.brasiliaemdia.com.br

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