Marca Maxmeio

Opinião

  • 25 de Fevereiro de 2007

    O PREÇO DE UMA AMIZADE

     

     

     

               Penso, logo digo...

               Confesso que concordo com algumas posições do presidente Lula. Por exemplo, quando ele se nega a punir, ainda mais, os aposentados e pensionistas, por considerar que a crise da Previdência tem origem na ampliação dos benefícios ao longo dos anos, sobretudo na Constituição de 88. Ele tem razão nisto.

    Confesso também ficar perplexo – e temo pelo futuro do Brasil – quando um presidente da República dirige-se a outro chefe de Estado – no caso Evo Morales da Bolívia – “baixa a cabeça”, deixa de lado o interesse nacional e ainda diz estar “feliz” porque tem com ele uma relação histórica de sindicalista que “não pode ser estragada” (sic).

    Morales, apoiado num populismo inconseqüente, afaga o “companheiro” Lula de um lado, e de outro, sem avisar, nem negociar, desapropria bens da Petrobras. Enquanto isso, o nosso Governo “torce pelo êxito” dele. Trocando em miúdos, o Planalto aceita que essa amizade se transforme em ônus para os cidadãos brasileiros.

    Compreendo o princípio da solidariedade entre os povos. Há, porém, limites. O preço da amizade de Lula com Morales não pode ser pago pelos brasileiros com a elevação do preço do gás. Presidente da República não é a mesma coisa que sindicalista. Morales, como sindicalista, pode defender a “Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos” (YPFB) – a Petrobras de lá. Como presidente da República, ele se obriga a obedecer contratos internacionais firmados pelo seu país, salvo se houvessem vícios comprovados. Em 2002, durante a crise da Argentina, FHC chamou o candidato Lula ao Palácio do Planalto, em plena campanha sucessória e ambos assinaram “a carta ao povo brasileiro”, onde se firmou o compromisso de obediência aos contratos assinados pelo Brasil.

    BRASIL PAGA MAIS CARO

    Em nome da “amizade” com Morales, o Governo brasileiro rasgou contrato assinado e aceitou pagar um valor extra pelo etano, propano e butano comprados à Bolívia. Apenas, o metano preservará o preço de U$ 4.20. Para exemplificar: propano e butano – justamente aqueles utilizados no gás de botijão – estão cotados no mercado mundial a U$ 12.00 por milhão de BTUs (unidade de medida do poder energético dos combustíveis). O contrato do Brasil com a Bolívia (houve grande investimento nosso naquele país) fixava o preço de U$ 4.20 por milhão de BTUs. Isto quer dizer o seguinte: a Petrobras perderá cerca de U$ 8.00 por cada milhão de BTUs de propano vendido junto ao gás natural e sofrerá ainda o impacto da pressão pelos novos investimentos em infra-estrutura e importação do gás natural liquefeito (GNL).

    Argumenta-se que o Brasil gastará dinheiro em pesquisas para separar as partes do gás e reduzir essa diferença de preço. Mas é o caso de perguntar: o que justifica o nosso país enfrentar o quadro de risco e estatizações da Bolívia atual? Agora mesmo, depois de assinar em Brasília o acordo com o Brasil, o ministro dos Hidrocarbonetos boliviano anunciou, no aeroporto, que as negociações com a Petrobras não terminaram e insiste em novos conflitos.

    Quem sabe, a próxima de Morales seja pedir a revogação do Tratado de Petrópolis (1903) e reivindicar, de novo, o Acre como território boliviano. O perigo é Lula atender para não desagradar o companheiro de sindicato...

    Certamente, o preço de uma amizade nunca deu tanto prejuízo ao Brasil.

    Concurso

    A Universidade do Estado do Rio Grande do Norte abre concurso para o preenchimento de 80 vagas de agente administrativo, técnico especializado e professor. Inscrições até 10 de março, à rua Almino Afonso, 478, Mossoró.

    Luz vermelha

    O funcionário público é quem vai pagar o “Pac” (Plano de Aceleração do Crescimento), proposto pelo Governo Federal. O Plano restringe reajustes salariais nos três poderes (nada mais do que 1,5% de aumento real) para os próximos dez anos. Isto tornará impossível a sonhada isonomia entre os poderes, única forma de correção das distorções atuais. A conclusão é que o ruim pode piorar.

    Apoio necessário

    Desde 1987 realiza-se o Festival de Cinema de Natal (FestNatal). O seu idealizador, jornalista Valério Andrade, enfrenta grandes dificuldades. No Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo já existem grupos dos amigos do FestNatal. Agora, será criado o Grupo de Natal, ao qual me filio. É necessário apoiar e estimular um evento que valoriza a cidade e deveria ter lugar cativo em nosso calendário cultural e turístico.

    Campanha da Fraternidade

    Quarta-feira última foi lançada a Campanha da Fraternidade 2007. O tema é “Amazônia e Fraternidade – vida e missão neste chão”. A Igreja sugere a reflexão sobre as questões ambientais, que ameaçam o patrimônio natural do mundo.

    Publicado em 25.02.2006 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.

     


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