Opinião
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27 de Dezembro de 2008
Sonho de Ano Novo
Pensei em escrever o último texto do ano sobre as dificuldades econômicas mundiais e perspectivas futuras. Depois, abandonei a idéia de falar em crise. Afinal, o “futuro tem vários nomes. Para os fracos é inatingível. Para os medrosos, o desconhecido. Para os corajosos, a chance” (Victor Hugo).
O fim de ano é sempre o momento de fechar o balanço da vida, que não significa apenas dinheiro. Fazer as contas e ver se há saldo positivo ou negativo.
Na minha contabilidade pessoal agradeço a Deus o muito que me deu. Foi difícil chegar até o final de 2008. Li recente texto do escritor José Sarney – sempre exuberante – , onde ele cita Borges para lembrar que só há uma coisa eterna, o sonho. Aliás, Fernando Pessoa mediu o homem pelo tamanho do seu sonho.
Aprendi a sonhar desde quando usava “calças curtas” e brincava na rua Presidente Quaresma, no bairro do Alecrim, ou visitava com meu pai a Lagoa do Piató, na querida cidade do Assú, as minhas raízes. Sonhava acordado ao vender “confeitos” em “noites de ano novo” na década de cinqüenta, atendendo pessoas no balcão da “Confeitaria Primor”, pequeno negócio instalado pela família, próximo a Praça Gentil Ferreira, no Alecrim. Perguntava a mim mesmo, adolescente atrevido, se um dia poderia comprar “confeitos” e “chocolates” – ao invés de vendê-los – e caminhar na passarela festiva da rua Amaro Barreto, ao lado de amigos e moças charmosas, com saias rodadas e decotes sóbrios, em direção à Matriz de São Pedro para assistir a “Missa do Galo”, que anunciava o novo ano.
Os sonhos de fim de ano naquela época pareciam muito distantes. Não desisti. Andante, enfrentei as estradas do tempo. Valeu a pena!
Na noite de ano novo recordarei os momentos e etapas já percorridos. Na mente, tingida pelas tintas da perseverança e obstinação, lembrarei aqueles instantes em que, no ano de 1958, ainda criança, despertei para a vida pública ao vibrar com os comícios de Eider Varela, então candidato a deputado federal; Aluízio Alves falando de esquina em esquina no “amigo em cada rua”, Dix-Huit e Dinarte, candidatos a Senador e a Governador. De família udenista, a vocação política começou a fervilhar intensamente. Era simplesmente o nascer de um sonho
No balanço, contabilizarei a vitória de realizar o sonho de ser político e exercer vários mandatos eletivos, dádivas de Deus e do povo potiguar. Verdadeiro milagre, diante da inveja e dificuldades enfrentadas!
Quinta-feira próxima, elevarei uma prece de profundo agradecimento pela vida vivida até hoje, quando assistir o meu filho – Ney Lopes Jr. – assumir uma cadeira de vereador em Natal, sonho de vida pública que ele começa também a construir.
Recomendarei a Ney Jr. que, de agora por diante, aja dentro do princípio do líder Nelson Mandela, de que “a luta é minha vida”.
Na política, prego a mensagem de estar “sempre na luta com você”. Aconselho a Ney Jr. que essa “luta continue”, com a benção de Deus e sem temores.
“In memoriam” – Reverencio a memória do coronel João José Pinheiro da Veiga. Homem de convivência afável, deixou a sua marca na cidade, onde chegou durante a II Segunda Guerra Mundial. O amigo e médico Severino Lopes exaltava as qualidades do Coronel Veiga no incentivo ao esporte, onde presidiu a Federação Norte-rio-grandense de Futebol, militou e jogou no Alecrim FC.
Centenário – O ano de 2009 marcará o centenário de nascimento do Dr. Claudionor Telógio de Andrade. Advogado, político, jornalista e professor, ele iniciou a sua vida pública no Ministério Público e depois Magistratura, nas cidades de Pau dos Ferros, Caraúbas, Acari, Assú, Pedro Velho e Augusto Severo. Foi secretário geral do Estado (equivalente a vice-governador atual) em 1946; deputado estadual constituinte; prefeito de Natal; procurador fiscal e advogado da Fazenda Estadual; secretário de Interior e Justiça; o primeiro Secretário de Segurança Pública do RN (antes era o “chefe de polícia”); presidente por vários mandatos da OAB-RN; professor fundador da Faculdade de Direito de Natal (Professor Emérito da UFRN) e membro da Academia Potiguar de Letras.
ICTA – Vários eventos serão promovidos pelo Instituto Claudionor Telógio de Andrade (ICTA), entidade beneficente com o seu nome, que funciona em Natal à Rua Padre Raimundo Brasil, 2023 (Nova Descoberta) e mantém programas de assistência a idosos. Fundado em 2003, o ICTA até hoje não recebeu um centavo de dinheiro público. Sobrevive à base de doações privadas e presta assistência à saúde, jurídica e cursos de alfabetização.
Política – Na prática, a eleição de 2010 começa quinta próxima. Ouvem-se muitos palpites. No RN, parecem esquecidas as lições de 2006 e 2008. Tudo indica que continuarão as idas e vindas do oportunismo. Se houver alguém com credibilidade, que abra “os olhos do povo”, muita surpresa pode acontecer. O passado demonstra que isso é possível.
Vitória ou derrota – Certamente, para 2010 não há ninguém eleito, nem derrotado de véspera. O Senador Marco Maciel sempre lembra o personagem Ananias, zagueiro do Santa Cruz de Recife, que perguntado no início do jogo sobre quem ganharia a partida, respondeu: “só dou a minha opinião no fim do jogo!”. É isso aí...
Competência – A economia do RN ganhou com a parceria firmada entre a empresa local ECOCIL e a “Salamanca Management Holding”, sediada em Londres, que se expande para o Brasil. Uma prova de inegável competência empresarial, em hora de crise.
Feliz ano novo, amigo Leitor!
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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