Opinião
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18 de Outubro de 2008
O dia seguinte!
Terminada a eleição municipal surgem palpites sobre o futuro político do Rio Grande do Norte. A grande pergunta é sobre o que acontecerá em 2010.
Na roda viva eleitoral, se pode afirmar que a disputa de 2010 já começou. Sem a coincidência de mandatos, ao final de uma eleição, a outra está nas ruas.
O resultado final de 2008 dá a impressão de que o Estado tem mais de 500 municípios, diante das estatísticas dos vários grupos políticos locais. Salvo raríssimas exceções, as vitórias foram “terceirizadas”. Ninguém ganhou sozinho. Formaram-se “mutirões” eleitorais, altamente contraditórios.
A propósito do “acordão” em Natal, comenta-se com mais claridade as suas “causas” e “efeitos” pós-eleição.
Alinham-se entre as principais causas, a intenção do PMDB-RN em reduzir as chances eleitorais, não somente do senador José Agripino (evitar a sua reeleição), mas também da senadora Rosalba Ciarlini, inviabilizando a sua candidatura ao governo do Estado. O projeto previa a reunificação da família Alves, com a candidatura do prefeito Carlos Eduardo a governador, ou, alternativamente, o deputado Henrique Alves, através de novo acordão em 2010. Nessa hipótese, o Senado se tornaria um “passeio”, com os nomes de Wilma de Faria e Garibaldi Alves. Para atingir tal objetivo, o partido aliou-se à Governadora Wilma de Faria, ao Presidente da República e ao PT. O fato se tornou público, depois do furioso discurso do Presidente Lula, no famoso comício da rua Itapetinga, quando deixou claro que viria ao Estado, no futuro, derrotar José Agripino Maia.
A justificativa do acordão de Natal foi impedir a reeleição de José Agripino e afastar Rosalba (ou derrotá-la) da pretensão de chegar ao governo do Estado. O tiro saiu pela “culatra”.
Na estratégia montada, a governadora Wilma aceitou tacitamente, sob a forma de “carta de seguro”, o apoio do PR, PP, PMN e PTB – partidos aliados ao seu governo – à deputada Micarla de Souza. Passada a eleição, o seu vice-governador – que terá a caneta na mão com a saída de Wilma – criticou declarações à imprensa dos “aliados” do PR e PP e os convidou a entregarem os cargos no governo. Conheço o vice-governador Iberê Ferreira. Inegavelmente um dos mais competentes políticos da sua geração. Com certeza, não falou sozinho. Em política, não há essa história de ser mais ou menos cauteloso. Existe o cumprimento de missão, no momento certo. Pouco importam os efeitos posteriores. Pior seria passar em branco. Iberê deu o “recado” na hora em que a governadora estava magoada e fragilizada pelo resultado eleitoral. Além disso, ele assumiu o governo na prática, antes de Wilma desincompatibilizar-se. No mínimo, será ouvido em tudo de agora por diante, o que, antes, acontecia pouco. Prestigiado ou não o vice influi e influirá. No mínimo, inibe. Um dia de governo é muito, quanto mais nove meses.
O maior “emblogio” para 2010 ainda é a disputa pelas duas vagas no Senado. E aí surgem indagações. Wilma aceitará Garibaldi ao seu lado, formando “dupla” com José Agripino para colher frutos eleitorais em municípios como Mossoró, João Câmara, Currais Novos, Pau dos Ferros e outros? Por outro lado, será confortável para José Agripino a divisão de suas bases (cite-se Mossoró) com Garibaldi? Se isso ocorrer, quem conhece aritmética sabe que Garibaldi, com o apoio dos dois lados, somará mais. Alguém irá acordar. Fatos novos virão, com certeza.
Por outro lado, será necessário olhar o passado e avaliar em termos objetivos o peso das bases municipais, em eleição majoritária. Se pesasse tanto, Garibaldi teria perdido em 1990 para Senador. Rosalba também teria sido derrotada em 2006. Fernando Bezerra tinha mais de 95% dos prefeitos do Estado. Seriam verdadeiras as alegações de gratidão política da senadora Rosalba para com o Senador Garibaldi Alves? Qual a razão de tal gratidão, se em Natal, por exemplo, Garibaldi perdeu em 2006 por mais de 30 mil votos e ela ganhou? Em Mossoró foi o contrário, Rosalba consolidou a votação de Garibaldi. Quanto ao pai de Garibaldi Alves assumir o Senado, como primeiro suplente, o fato ocorrerá com a vitória de Rosalba para o governo. Existiriam gratidão e retribuição maiores? Em qualquer hipótese, o pai ou o filho poderão chegar ao Senado.
São meras ilações do “day after”. Muita água ainda correrá debaixo da ponte!
Constituição de 88 – Como parlamentar na legislatura do Congresso Nacional que promulgou a Constituição de 1988, recebi convite para participar em Brasília, terça-feira próxima, dos vinte anos da Carta Magna vigente. Após 9.000 horas de discussão, 61.020 emendas apresentadas e 320 sessões plenárias, o deputado Ulysses Guimarães promulgou o texto da Constituição.
Agradecimento – Agradeço aos inúmeros amigos que responderam as cartas, nas quais apresentei o nome de Ney Júnior como candidato a vereador em Natal. A solidariedade se manifestou no apoio dado nas urnas. Ney Jr. fará tudo para corresponder a confiança de todos. Muito obrigado!
O que você acha? – Vi recentemente, em Washington DC, uma curiosa experiência para descongestionar o trânsito. Das 6h às 10h e das 17h às 20h, exceto finais de semana, quem dirige sozinho o seu carro paga pesada multa. O objetivo é incentivar a “carona amiga”, economizar combustível e reduzir o tráfego. O que você acha leitor? Certo ou errado? Responda para nl@neylopes.com.br .
Concurso (I) – Até o dia 28 próximo o Ministério das Comunicações aceitará as inscrições para o concurso público, que preencherá 40 vagas de técnico de nível superior. As remunerações variam de R$ 3.8 a R$ 8.3.
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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