Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 06 de Setembro de 2008

    O RN e o 7 de Setembro

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    Neste domingo mais um 7 de setembro, em comemoração à nossa Independência Já se passaram 186 anos da proclamação da independência do Brasil.

    Analisar a independência alcançada por D. Pedro I em 1882, implica em algumas colocações históricas, que se vinculam ao próprio descobrimento do Brasil e, especificamente, ao Rio Grande do Norte.

    Do ponto de vista econômico e social, o Brasil para chegar a ser uma Nação independente, enfrentou dificuldades decorrentes dos acontecimentos ocorridos, no final do século XVIII.

    A Revolução Industrial na Inglaterra e a revolução política na França transformaram o mundo. O conflito entre as duas potências, França e Inglaterra, se espalhou. Portugal e Espanha, nações mais fracas, terminaram invadidos. A monarquia espanhola foi aprisionada pelos franceses. Esse fato, provocou o início do processo de independência na América hispânica.

    Já a fuga da monarquia portuguesa para o Brasil em 1808, retardou o processo em nosso país por alguns anos.

    A família real fez com que Portugal cuidasse mais da colônia, que se transformou em sede da monarquia. Se, de um lado se abriam os portos brasileiros, de outro eram mantidas a estrutura fundiária e a escravidão.

    O ideal da nossa independência começou a ser realidade, quando Portugal tomou a iniciativa de promover a chamada “Revolução Liberal” com a adoção de uma Constituição e a volta da Coroa para o seu território.  

    O retorno de D. João VI à Lisboa e o estabelecimento das Cortes Gerais (Assembléia Constituinte) passaram a significar um processo de recolonização do Brasil.

    Enquanto isso, as nações hispânicas da América avançavam e obtinham a sua independência.

    Nesse contexto, ocorreu a nossa independência, sendo marcante o abaixo assinado que originou o “dia do fico”, quando o príncipe D. Pedro se recusou a obedecer às ordens das Cortes.

    Com a independência do Brasil ainda incompleta, diante dos desafios à frente, cabe analisar os “a vocação nata do nosso Rio Grande do Norte” para chegar, em futuro próximo, a um estágio de verdadeiro crescimento na federação brasileira.

    Na história do Brasil, o Rio Grande do Norte começa a existir em agosto de 1501, 321 anos antes do “grito” de D. Pedro I no riacho Ipiranga. Nessa data, três caravelas comandadas pelo português André Gonçalves chegaram ao litoral potiguar.

    Eram os descobridores do Estado do Rio Grande do Norte, no relato dos historiadores Enélio Petrovich e Marcus César Cavalcanti.

    Um ano antes – em 1500 - a frota do descobridor Cabral já teria desembarcado na costa do nosso Estado, ao invés de Porto Seguro na Bahia e o monte avistado ao longe e denominado “Monte Pascoal” seria a “Serra do Sabugi”.

    Em Porto Seguro, até hoje não foi encontrado nenhum marco da posse inicial portuguesa. Apenas, alguns documentos que revelam que daquele local o Brasil seria melhor administrado.

    Na Serra do Sabugi, há um marco de posse. O pesquisador conterrâneo Dr. Lenine Pinto, em seu livro “Reinvenção do Descobrimento” demonstra essa versão do descobrimento, com impressionante segurança científica. Segundo ele, Colombo, Vasco da Gama e Duarte Pacheco teriam pisado o chão brasileiro, antes de 1500.

    A “semana da Pátria” lembra que o Brasil ainda permanece na busca da sua verdadeira origem histórica.

    O historiador Luiz Nogueira Barros, em apoio à tese do Dr. Lenine Pinto, observa que “Portugal não tinha as condições para a aventura marítima a que se lançou” e a expedição de Cabral tanto já conhecia o caminho para chegar ao Brasil, que fez “uma viagem sem intervalos, com água e alimentos calculados para a travessia, anteriormente traçada por Vasco da Gama, desviando-se, inclusive, de ilhas onde a peste assolava e sempre foram pontos de abastecimentos obrigatórios”. 

    Na semana de comemorações da independência, o RN continua como referência obrigatória na América Latina e Caribe pela sua posição geográfica privilegiada no Atlântico Sul, que determinou o próprio descobrimento do Brasil.

    Câmara Cascudo, em uma de suas “Acta diurna”, registrou o ano de 1927 como “de intensa glória aérea para Natal”, que espalhou o seu nome no noticiário da imprensa universal, com a aterrisagem pioneira em 18 de julho, na praia da Redinha, do avião Breguet-307, pilotado por Paul Vachet.

    Logo depois, em 14 de outubro, o campo de pouso de Parnamirim, “provisoriamente preparado”, foi inaugurado pela dupla de pilotos Costes e Briv, os primeiros a fazerem o salto atlântico de São Luís do Senegal, na África, a Natal.

    Na II Guerra Mundial, a base aérea de Parnamirim – ponto avançado do hemisfério sul - evitou que o nazi-facismo tivesse sucesso na África. Que transformações teriam ocorrido no mundo na década de 40, se não existissem o Rio Grande do Norte e a base aliada de Parnamirim (“Parnamirim field”)?   

    Os aviões partiam da atual Grande Natal, em linha reta rumo a Dakar (África), no grande salto sobre o Atlântico Sul. Um jornal semanal, editado na época em inglês - “Foreign Ferry News” - noticiou que a base “Trampolim da Vitória” ficava completamente coberta de aviões, na construção da democracia universal.

    Registra-se  o encontro histórico dos presidentes Roosevelt e Getúlio Vargas. Aqui, ainda, estiveram a Sra. Roosevelt e inúmeros artistas de Hoolywood.

    O coronel Luiz Tavares Guerreiro escreveu a Cascudo em 1943 e declarou que Parnamirim era um dos maiores aeroportos das Américas, e Natal “constituía uma das oito capitais do mundo, vértice onde se entrecruzam os meridianos de todas as comunicações”.

    Atualmente, a área metropolitana de Natal, case se concretize a construção do aeroporto de São Gonçalo do Amarante será o vértice onde se cruzarão os interesses econômicos globais no continente latino-americano.

    O Rio Grande do Norte, desde 1500 até hoje, tem a vocação natural de pólo avançado na América Latina e Caribe. Fomos vanguarda estratégica no descobrimento do Brasil, período colonial e na II Guerra Mundial.

    No século XXI, poderemos ser pólo exportador e de turismo, gerando empregos, oportunidades e divisas nacionais, através de uma área de livre comércio- e jamais uma Zona de Processamento de exportação (ZPE) - ao lado do futuro Aeroporto.

    A hora é de olhar os precedentes da história e não deixar o “trem passar”, mais uma vez.

    Pelo andar da carruagem e pelo que conseguiu até este 7 de setembro de 2008, o Rio Grande do Norte não tem muito que comemorar na Federação brasileira.

    Continuamos a ser o “pedinte de pires na mão”, sem criatividade e sem rumo certo.

    A visão de quem decide é olhar mais para o Orçamento da União, do que criar empregos e oportunidades, através da defesa de uma área de livre comércio, ao lado do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante.

    Em período eleitoral é bom abrir os olhos do povo.

    O futuro pertence a cada um. E a forma de conquistá-lo é votar livre e em quem enxergue um centímetro à frente do nariz.

    Aqueles políticos que vejam e busquem o potencial que possui o nosso Estado para crescer e se desenvolver.

    O 7 de setembro significa muito para o Brasil.

    Infelizmente, o 7 de setembro com o seu significado de libertação e progresso não chegou ainda ao Rio Grande do Norte.

    Continuamos batendo nas mesmas teclas, sem inovação, sem idéias, sem propostas revolucionárias, que assegurem emprego e qualidade de vida para o nosso Estado.

    É duro pensar assim.

    Desculpem os internautas.

    Não sou o dono da verdade. Mas penso assim.

    E estou pronto para justificar o meu pensamento, diante de quem quer que seja, sobretudo num grande debate público sobre o futuro do Rio Grande do Norte.

    Coluna semanal
    blog NO MINUTO
    www.nominuto.com.br


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