Marca Maxmeio

Brasília em Dia

  • 15 de Agosto de 2008

    A China vence

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     A China vence o desafio. Organiza a mais monumental Olimpíada (XXIX) de todos os tempos.

    Os jogos olímpicos têm origem remota na Grécia, por volta de 2500 a.C. Em homenagem aos deuses, atletas se reuniam na cidade de Olímpia para disputas esportivas diversas. Além do sentido religioso, os gregos buscavam, com a Olimpíada, manter um corpo saudável, harmonia, paz e solidariedade entre as cidades da chamada civilização grega.

    Interrompidas pela I e II Guerra Mundial, as Olimpíadas, como forma de confraternização universal, começaram em 1896, em Atenas. Seguiram-se pela ordem: Paris (1900); St. Louis (1904); Londres (1908); Estocolmo (1912); Antuérpia (1920); Paris (1924); Amsterdã (1928); Los Angeles (1932); Berlim (1936, quando Hitler, no seu delírio de dominação do mundo, foi obrigado a prestar reverência ao mérito do atleta norte-americano Jesse Owens); Londres (1948); Helsinque (1952); Melbourne (1956); Roma (1960), Tóquio (1964); Cidade do México (1968, a única realizada na América Latina); Munique (1972); Montreal (1976); Moscou (1980); Los Angeles (1984); Seul (1988); Barcelona (1992); Atlanta (1996); Sydney (2000); Atenas (2004) e Pequim (2008).

    Muito original a escolha dos chineses para simbolizar os “mascotes” dos Jogos atuais. São eles: Beibei, Jingjing, Huanhuan, Yingying e Nini, sendo que cada um representa a cor dos anéis Olímpicos, tais como, Peixe (azul), Chama Olímpica (vermelho), Antílope-Tibetano (amarelo), Panda (preto) e Andorinha (verde).

    A cerimônia de instalação dificilmente será superada. Poderá, talvez, ser igualada. O destaque maior no vídeo da televisão foi a imponência do complexo olímpico de Pequim – o estádio nacional “Ninho de Pássaros”, com capacidade para 90 mil pessoas. A concepção arquitetônica é de um ninho, com formas entrelaçadas e vazadas de cimento armado. O projeto permite excelente ventilação e iluminação natural.

    Ao lado do complexo olímpico, está o local das competições de esportes aquáticos. A projeção da fachada se assemelha a bolhas de sabão. Essa forma resultou da pesquisa de um cientista belga – Plateau –, que estudou as bolhas como símbolo de união de forças. O conjunto dos módulos de tubos metálicos e plásticos filtra a luz e é autolimpante, ou seja, a água da chuva permite limpeza total e automática.

    A festa de inauguração, no último dia 8, durou mais de quatro horas, considerado tempo recorde em todas as demais Olimpíadas. A impressão geral foi de harmonia nos movimentos, beleza estética e absoluta perfeição do ritual e coreografia. A China aproveitou o evento para mostrar a sua história, a riqueza do país e do povo.

    Um momento de emoção foi o uso do pergaminho gigante, com ideogramas chineses, que abria e fechava para visualizar as várias fases da história milenar da China. O telespectador – e talvez quem assistisse ao vivo – imaginou, por minutos, que o cenário era obtido por efeito virtual. Total ilusão. Seres humanos se escondiam por trás da coreografia montada. Eles asseguraram a exatidão matemática dos movimentos e somente foram notados quando se apresentaram ao público.

    A Olimpíada de Pequim terá 302 eventos e participação de mais de 10 mil atletas, de 204 países. Terminará no próximo dia 24, quando se repetirá no “Ninho de Pássaros” cerimônia tão edificante quanto a de instalação.

    Comenta-se que, além da organização perfeita, os chineses têm outro objetivo. Será a obtenção de medalhas de ouro superior aos norte-americanos, os favoritos mundiais. À propósito, cabe lembrar que, em apenas 20 anos, a China dobrou suas medalhas de ouro e se tornou a segunda maior potência olímpica. Em Atenas-2004, ganhou 32 ouros, quatro a menos que os EUA. Competindo em casa, a China persegue o topo do ranking de medalhas. É o caso de indagar: como se explica um país que ficou de fora das Olimpíadas entre 1952 e 1984 chegar tão longe?

    Muitos consideraram temerário quando o Comitê Olímpico Internacional aprovou a realização, em 2008, da 29ª edição dos Jogos em Pequim. Agora, vê-se que a decisão foi acertada. Com quase 1,5 bilhão de habitantes, em duas décadas de trabalho árduo, a China tornou-se potência mundial.

    O mundo inteiro reconhece que os chineses evoluíram não apenas na economia, mas também na capacidade de mostrar ao mundo a sua história e os seus valores culturais. Por isto merecem o respeito de todos!

    Coluna semanal
    Revista Brasilia em Dia

    www.brasiliaemdia.com.br


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