Opinião
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14 de Junho de 2008
2008 ou 2010?
É necessário que o povo norte-rio-grandense saiba da verdade. Quando há algo positivo, as assessorias oficiais se alvoroçam e anunciam em manchetes bombásticas.
Fatos preocupantes são omitidos propositadamente, como a recente perda para Roraima da nossa área de livre comércio, ao lado do futuro aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Ficamos com uma ZPE “sem futuro”. Aplausos frenéticos, ou silêncio sepulcral! De todos os segmentos. Prevalece a subserviência ao poder.
Agora, Natal acaba de ser “vice-campeã” no campeonato do preço dos alimentos. Em maio, a cesta básica subiu aqui 8.91%, segundo o insuspeito Dieese. “Campeã” foi a cidade do Recife (14.19 %).
Entre janeiro e junho – também de acordo com o Dieese – a cesta básica aumentou em Natal 21.87%, ficando em terceiro lugar no Brasil. No acumulado de 12 meses, Natal atingiu 40.75%, também em terceiro lugar no país. No próprio Nordeste, o aumento em Aracaju foi de 7.15%. Em Salvador, houve redução de preços de 0.35%.
Enquanto isto, a campanha municipal está nas ruas. OPINIÃO premiará quem mostre a apresentação de proposta estruturante – que tenha começo, meio e fim –, em relação ao futuro da capital e do Estado. Por exemplo: idéia objetiva sobre a melhoria do abastecimento alimentar da população, sobretudo às camadas pobres.
Nada se discute, salvo interesses pessoais, de grupos e volúpia de poder. Olha-se exclusivamente 2010 e como obter recursos para as campanhas. Só se fala na dificuldade de duas cadeiras no Senado terem que atender três lugares. Tudo decidido por antecipação (!!!), com suplências já negociadas. Apenas, dúvidas (!!!) sobre quem ganhará. Os proprietários privados de partidos ditam as regras, fazem barganha de todo o tipo e se auto-intitulam líderes imbatíveis. Com ares de inteligência justificam a preservação do interesse público. Pregam a paz e a conciliação, numa espécie de estranha confraria entre muçulmanos e judeus ortodoxos.
Será que o povo assistirá tudo isso passivamente?
A resposta virá em 2008, ou será adiada para 2010?
Se nada acontecer, o sangue que corre nas veias dos potiguares é diferente dos demais brasileiros. Não terei dúvidas disso.
Publicam-se pesquisas e só aplausos para os governantes. Reconheço alguns pontos positivos. Porém, está longe de um mar de rosas. Pela experiência que tenho a população só “se liga” nos últimos vinte dias de campanha. Antes, poucos se interessam.
O grande problema será o eleitor escolher bem e premiar a experiência e competência dos candidatos. Essa, indiscutivelmente, significa tarefa dificílima, num país que continua em último lugar no ranking das nações de alto desenvolvimento humano e está entre os lanterninhas da educação de jovens (em leitura, Matemática e Ciências, consideradas fundamentais).
Resta não perder a esperança. O RN é maior do que a omissão daqueles que têm responsabilidade com o seu futuro.
Vitória de Macaíba – O lançamento do livro “Província submersa”, de Octacílio Alecrim, foi o resultado da obstinação de Valério Mesquita e Olímpio Maciel. Trata-se do resgate de uma obra que é referência em nossa literatura. Ivan Maciel, em excelente texto na orelha do livro, cita o crítico literário Álvaro Lins, colega de turma na Faculdade de Direito do Recife de Octacílio Alecrim: “Ele era o mais inteligente e o mais culto de todos nós”.
Concurso (I) – A escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx) abriu 500 vagas. As inscrições, já abertas, podem ser feitas até o dia 6 de agosto, nos sites www.espcex.ensino.eb.br ou www.epce.g12.br .Os aprovados (idade entre 16 e 20 anos e ensino médio completo) ficarão um ano na Escola e depois irão para a Academia das Agulhas Negras. O salário inicial de cadete é de cerca de R$ 600.00. Em Agulhas Negras receberão reajuste. O curso dura quatro anos.
A “Associação Santos Dumont para apoio à pesquisa”, responsável pela administração do “Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra”, instalado em Macaíba, RN, tem como objetivo transformar a região metropolitana de Natal em área de pesquisa, sobretudo no segmento da biotecnologia mundial.
Trata-se de inestimável oportunidade para o futuro do Estado. É preciso estimular as condições para aproveitá-la. Por exemplo: se criada no “grande Natal” uma área de livre comércio, com certeza será viabilizada a atração de investimentos para pesquisas na área farmacêutica e técnicas cirúrgicas. Singapura foi assim e hoje é o maior centro global do setor. Para isso, o governo do estado e as prefeituras da área metropolitana terão que priorizar e dar incentivos ao desenvolvimento tecnológico.
Na última semana, participei como conferencista em SP, Rio e Brasília do ciclo de debates sobre pesquisa e propriedade industrial, promovido pela SWISSCAM – Câmara de Comércio Brasil-Suíça. Falei sobre este potencial do RN com o Embaixador da Suíça no Brasil, Rudolf Baerfuss e dirigentes da entidade bilateral de comércio. Senti que “as portas estão abertas”. Faltam criatividade e iniciativa.
O prazo é ontem. E não poderá ser amanhã!
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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