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Opinião

  • 31 de Maio de 2008

    Ítalo partiu

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    O RN amanheceu triste na última quarta-feira, com a notícia de que o advogado, desembargador e professor Ítalo Pinheiro partira para a Eternidade. Subitamente. A bordo de um avião, nos braços da sua dedicada esposa.

    Sempre que morre um amigo, lembro Fernando Pessoa ao escrever que “morrer é a curva da estrada”.

    Embora de outra geração, sempre admirei Ítalo Pinheiro. Um lutador. Na estrada da vida construiu, com esforço, o seu caminho de sucesso. Agora, dá apenas uma curva nessa estrada.

    Formado em Direito, não se acomodou. Sem que fosse comum na época, partiu para pós-graduação em Direito Penal, na Espanha. Depois, advogou e julgou, sem perder a honradez de conduta exemplar.

    Uma das virtudes que preservo, a todo custo, é a da gratidão. Sou grato a Ítalo por ter sido meu advogado, no período turbulento da repressão revolucionária de 1964. Com o mandato cassado em 1976, os algozes tentaram aumentar o meu sofrimento. Jamais conseguiram qualquer medida judicial, ou administrativa que me incriminasse. Em uma das tentativas, Ítalo foi meu defensor. Dizia-me que o seu trabalho profissional era movido pela indignação da injustiça que sofrera. Nunca esqueci isto.

    A magistratura, a classe de advogados e o magistério perdem um homem de bem. A sua memória será reverenciada com respeito.

    CARTA DO LEITOR 

    Recebi do deputado federal Rogério Marinho, candidato a prefeito de Natal pelo PSB, a carta transcrita abaixo.

    Prezado jornalista Ney Lopes,
    Em sua coluna "Opinião", domingo, 18 de maio de 2008, Vossa Senhoria inteligentemente, como lhe é peculiar, constrói imaginário diálogo com a minha pessoa. Ouso, contudo, responder-lhe que não reneguei meu sonho, até por que como é bem analisado no seu ensaio, o sonho sonhado em conjunto um dia torna-se realidade.

    O meu ideário político traz a marca permanente daquilo que pensava o meu avô Djalma Marinho e nele sempre vou buscar a fonte para resistir aos embates por mais implacáveis e injustos que possam ser. Não consigo pensar em política sem a presença da ética e por isso afirmo que acredito na democracia pela força da liberdade.

    O contraditório faz parte de nosso aprendizado. É na observância da ordem jurídica que são definidos os conflitos. Não se busca a subserviência, nem a paz dos cemitérios, muitos menos, soluções de força. Acredito, assim como aqueles que têm ideais democráticos, que o debate vivifica o processo de renovação da sociedade. Não se podem automatizar os legítimos interesses sob pena de extirparmos os fundamentos da tolerância e da liberdade. O PSB ainda não decidiu, pois sua instância maior é o Congresso partidário, aí sim poder-se-á dizer: o PSB recuou, ou o PSB resistiu.

    O sonho de cada homem é a marca de sua humanidade, ele nunca termina e, se por um momento a chama diminui, algum motivo ou pessoa a alimentará, e cada vez mais forte.

    O projeto de proteger o PSB é inegociável; reveses, pressões ou ameaças não eliminarão esse escudo democrático. Meu avô pregava que se deve evitar "o centralismo que estiola e o absolutismo que esmaga. A idéia democrática tem o poder político distribuído por instâncias diversas". Os governantes não podem tudo e, se houver divórcio entre o sonho das bases e os dirigentes, o objetivo deixa de ser pluralista para ser imposição. Assim, com o sonho da liberdade ninguém aprisiona consciências.

    Há tempo para tudo, agora não se deve rir nem chorar, mas, tão somente, resistir. Compete ao povo decidir se o acordo corresponde a tudo aquilo que a história política dos últimos 23 anos pregou. Entendo que a prática política é a busca do bem comum e melhoria das condições de vida de uma sociedade. Vejo o futuro como protagonista dessa luta e, se não posso construir uma catedral, tenho muita honra de carregar um tijolo (Williams). Lembro finalmente o deputado Geraldo Freire:“É muito fácil dirigir um partido de escravos, bastam uma corrente e um chicote. Mas homens livres só serão conduzidos com idéias e convicções”.

    Um forte abraço - Rogério Marinho - Deputado Federal - PSB-RN”.

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    Natal e Rio de Janeiro – “Aviator” é uma das marcas de roupas masculinas e acessórios que mais crescem no mercado lojista brasileiro. A sua característica é a moda avançada, adaptada ao clima das várias regiões do país e preço acessível. Nascida em 1987, essa marca fora do eixo Rio de Janeiro é vendida diretamente ao consumidor apenas em shoppings de Juiz de Fora e Recife. Desde quarta-feira passada, Natal passou a ser a terceira capital a comercializar os produtos da “Aviator”, com loja inaugurada no “Natal Shopping” (segundo piso).

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    Faleceu o senador Jefferson Peres (AM). Na política, desmistificou a teoria de que em nome da sobrevivência individual tudo é válido. Mostrou que na vida pública ou privada há limites intransponíveis de dignidade, de gratidão, de coerência e de sinceridade. Negar isto será aceitar a prostituição de comportamento.

    Advogado competente elegeu-se Senador ao enfrentar três ex-governadores. Era o último colocado nas pesquisas. Provou a existência da força de Deus e do povo.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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