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Brasília em Dia

  • 01 de Fevereiro de 2008

    'O apagão elétrico'

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    Paira no ar “apagão elétrico” no país, por mais que o governo teime em desmentir. Onde há fumaça, há fogo. O consumo doméstico aumentou cinqüenta por cento. Era 3% e chega a 6.2%. O consumo industrial já está em racionamento. Incontestável a escassez de água nos reservatórios, sobretudo no nordeste. Melhor prevenir, do que remediar – já diz o adágio popular

    Em 1995 fui o relator na Câmara dos Deputados da Emenda Constitucional n° 06, de 15/08/95, que eliminou a distinção entre empresa estrangeira e nacional no Brasil e abriu as portas para a injeção do capital privado na geração de energia hidráulica. Defendi o direito à concessão das empresas constituídas sob as leis brasileiras e que tenham a sua sede e administração no país. Foi aprovado.

    A alternativa será aproveitar o caminho aberto em 1995 para atrair investimentos em 2008. As dificuldades aumentam, caso não se libere o uso das termelétricas, ampliem-se incentivos a fontes alternativas, aumento no fornecimento de gás natural e implantação de usinas de maior porte. Se o crescimento econômico ultrapassar a barreira dos 5%, o processo será agravado.

    A matriz energética nacional depende de chuvas. Pequenas reduções de precipitações pluviométricas, ou, reduzido aumento da evaporação provocam quedas abruptas na geração de energia, em período de verão. Notou-se tal fenômeno no apagão de 2003, cuja causa foram as poucas chuvas no sistema hidrelétrico do sul.

    A questão envolve outros aspectos de sérios riscos, tais como, a redução progressiva de águas nos reservatórios; a falta de estímulos a construção de novas usinas com capital externo e se as usinas do rio Madeira e a usina nuclear de Angra 3 não ficarem prontas antes de 2012.

    A queda da CPMF levou a previsões de que o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sofreria diminuição em investimentos energéticos. O governo desmente, o que é bom. Mesmo assim, há que se levar em conta a insuficiência dos investimentos do PAC para o setor, cuja meta é a geração de 12.386 megawatts para os próximos anos. Mesmo que todas as usinas em construção entrem em operação no prazo, o déficit ainda seria de 1.800 megawatts médios.

    O mais grave é a previsão do Instituto de Metereologia (INMET) de “apagão” já em 2008 pelos baixos níveis de chuva até agora constatados, em comparação com 2006. A causa seria o fenômeno do “El niño” e o “La niña”, com influência continental no regime de chuvas.

    Confirmando o prognóstico do INMET, a coluna nacional do conceituado jornalista Cláudio Humberto advertiu: “o nível da barragem de Sobradinho (BA) chegou a 13% da capacidade, quando nesta época já deveria estar acima de 40%. A situação energética do Nordeste beira colapso e pode ocorrer já em 2008”.

    Quanto ao fenômeno “La niña”, ele ameaçou o Brasil pela última vez em 2001. Trata-se da redução do resfriamento das águas na faixa equatorial do Oceano Pacífico. É o oposto do “El niño”, que aquece o oceano. “El Niña” já diminuiu a intensidade das chuvas no último trimestre de 2007, comparados com 2004.

    A visão global da questão energética coloca em evidencia movimentos sociais como o “Greenpeace”, que rejeitam à geração de energia. Noticiou-se a destruição de carregamento de carvão destinado a produção térmica na Índia. Igualmente são impedidas de operar usinas movidas a diesel, por razões supostamente ambientais; usinas nucleares pelos problemas dos resíduos e hidroelétricas por possíveis danos aos ecossistemas dos reservatórios. Tais grupos favorecem apenas a geração eólica, de operação altamente onerosa, em ambientes especiais.

    Sobre o “apagão elétrico” brasileiro não se pode “tapar o sol com a peneira”. Ele já chegou. Não se sabe se para ficar, ou só ameaçar.

    Tudo indica que o Presidente Lula e o PT cederam as pressões para nomear o Ministro Edson Lobão na lógica de que, se houver crise a culpa é do nomeado e do seu partido. Se não faltar energia será conseqüência da eficiência da Ministra Dilma Rousseff, que cuidou bem no passado do setor e por isso é a candidata natural à Presidência da República.

    Para o Ministro Lobão e o PMDB todo cuidado é pouco. Eles estão com uma “bomba na mão”. Pode explodir a qualquer momento....    (Seu Comentário

     

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