Opinião
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22 de Dezembro de 2007
A VITÓRIA DE GARIBALDI
Garibaldi Alves Filho, o presidente do Congresso Nacional. Após a sua eleição repete-se a frase: “muito bom para o Rio Grande do Norte!” Sem dúvida que é. Porém, há algo mais a ser medido na vitória de Garibaldi.Quando adolescentes, lembro-me, fazíamos discursos no Diretório do Colégio Marista de Natal e na Arcádia Natalense. Agora, o vejo na presidência do Senado e do Congresso brasileiros. Quem não sabe, fique sabendo: é duríssimo alcançar certos cargos para quem representa um Estado pequeno como o nosso. A inveja se propaga. Por outro lado existe discriminação no Congresso Nacional contra nordestino.
Senti na pele. Para chegar à presidência do Parlamento Latino Americano (Parlatino) superei muitos obstáculos. A cúpula política nacional sabia a importância em dirigir uma instituição como aquela, cuja criação foi aprovada em 1964, por Tratado de mais de 25 países, com cerca de 4.500 legisladores filiados na América Latina e Caribe. O estado de São Paulo queria a todo custo um parlamentar paulista na presidência. E sempre ameaçou retirar a ajuda para a manutenção da sede. Jamais aceitaram um nordestino. Antes de mim, somente Ulysses Guimarães e Nelson Carneiro foram presidentes.
O mérito de Garibaldi é ter superado as barreiras. Afirmou-se com o seu jeito simples e cordial. Notem a forma pejorativa como certos órgãos da grande imprensa o tratam. Enfatizam o seu sotaque, como se fosse defeito.
Garibaldi escreverá definitivamente o seu nome na história parlamentar brasileira. Só isto já será muito bom para o RN. É injusto (ou maldade) querer colocá-lo como mágico, capaz de carrear do dia para noite benefícios para o Estado que nunca foram obtidos antes.
O RN deve orgulhar-se de Garibaldi pelo que ele já conseguiu. O seu mérito é ter tido talento e perseverança para mostrar ao Brasil que o Rio Grande do Norte existe no mapa e tem gente capaz.
Parabéns, Garibaldi! (Seu Comentário)
DE OLHO ABERTO
Este jornal, em Editorial no último domingo colocou a reivindicação da área de livre comércio, ao lado do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, como “a bandeira atual mais importante para o Rio Grande do Norte”.
Posição de vanguarda do DN-O POTI.
Pessoalmente, sinto-me compensado pelo dever cumprido. Toda a opinião pública é testemunha de que há anos defendo esse ponto de vista aqui em OPINIÃO, na tribuna da Câmara Federal (anais parlamentares), em projetos de lei, propostas, fóruns, debates e livros publicados. Ninguém falava sobre isso no RN. Apenas, se discutia uma ZPE em Macaíba, que nunca saiu do papel.
Muita gente pergunta se área de livre comércio é a mesma coisa de ZPE. Não é a mesma coisa. Zonas de Processamento de Exportação (ZPE) existiram antes da globalização. Estão superadas. Eram áreas para a produção exclusiva de determinados produtos, com incentivos. Verdadeiros cartórios. O livre comércio é o oposto. Não tem exclusividade. Atrai indústrias, cria empregos e oportunidades, produz qualquer produto com mercado exportador. Tanto isto é verdadeiro que o ultrapassado decreto lei brasileiro (1988) sobre ZPE está sendo mudado.
O criador das “áreas de livre comércio” ou “zonas econômicas especiais” para substituir as ZPE´s foi o primeiro ministro da China, Deng Xiaoping, em 1984.
Quem tenha visão global enxerga que o aeroporto de São Gonçalo nunca poderia ser destinado a cargas e turismo, como se pretendeu através de PPP. Ele terá que ter “algo mais” para viabilizar a sua construção. Desde 1996, o Instituto de Aviação Civil (DAC) transformou-o na “porta de entrada” da América Latina e Caribe. O atual aeroporto de Parnamirim jamais ficará ocioso. Reforçará a nossa posição estratégica. Terá uso militar – a sua vocação desde a II Guerra. A Base Aérea receberá mais equipamentos e pessoal, ampliando o seu raio de ação. Parnamirim ganhará duplamente, com a ampliação da Base e o acesso aos novos empregos nas indústrias da área de livre comércio. E o RN transforma-se num polo exportador, turístico e de segurança das Américas. Não se trata, portanto, de reivindicação local. Mas do Brasil e da América Latina.
São Gonçalo do Amarante foi escolhido pela posição do RN próxima da África e Europa. Os mega aviões transportarão as mercadorias produzidas na área de livre comércio. Isto criará cerca de 50 mil empregos e novas oportunidades empresariais. O frete aéreo cairá de preço em mais de 20%.
Estamos às vésperas de 2008. Ano decisivo para o debate e o aperfeiçoamento da proposta de uma área de livre comércio no RN. Não podemos perder mais tempo!
É hora de ficarmos de olho aberto.
PS.: Domingo próximo transcreverei artigo que escrevi nesta coluna, no dia 12 de maio de 1996, em defesa do aeroporto de São Gonçalo, da base militar ampliada em Parnamirim e da nossa área de livre comércio (Seu Comentário)
FELIZ NATAL!
Gostaria de cumprimentar cada leitor de OPINIÃO. Agradecer pela leitura semanal dessa coluna, publicada há mais de quinze anos.
O momento natalino convoca todos para a reflexão. Cada um busca na luta diária encontrar os seus caminhos. Não é fácil superar os obstáculos, diversidades e injustiças. A força vem sempre do exemplo dado na estrebaria de Belém.
Feliz Natal para você leitor e para sua família.
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
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