Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 16 de Novembro de 2007

    Quem viver, verá!

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    Escrevi em coluna recente, aqui no Nominuto.com: “o filme começa a ser repetido. Deus queira que esteja
    errado. Mas, pelo andar da carruagem essa história (do Presidente Lula) de não desejar o terceiro mandato é
    coisa de quem não quer, querendo...!!!!”.

    A esta altura do campeonato não tenho mais dúvidas. O PT e o Presidente querem mesmo o terceiro mandato.
    Só não enxerga isto quem não queira. O cenário está sendo montado. Em breve entrarão no palco os atores
    principais.

    Senão vejamos.

    O Presidente Lula não apenas prestou solidariedade ao Presidente Chavez da Venezuela, no recente episódio
    com o Rei Juan Carlos, da Espanha. Ele começou a sua campanha pela reeleição. Defendeu publicamente a
    tese de que a continuidade no Poder é coisa absolutamente normal.

    Comentemos os exemplos da Inglaterra (Thatcher), França (Miterrand), e Espanha (Gonzalez), citados pelo
    nosso Presidente. Em todos estes países, os eleitos aceitaram as regras já existentes, quando chegaram ao
    Poder. Em nenhum deles existe o presidencialismo, ou a Constituição foi alterada, em benefício próprio.

    Margareth Thatcher
    pertenceu ao partido Conservador, o mais antigo da Europa (fundado em 1809). Defendeu princípios clássicos
    do liberalismo num regime parlamentarista e monárquico. Isto significa que a Primeira Ministra comparecia
    quase diariamente ao Parlamento para prestar informações e responder perguntas. A “dama de ferro”- como
    ficou mundialmente conhecida - ganhou três eleições consecutivas (1979, 1983 e 1987).
    De acordo com as instituições e as leis eleitorais inglesas permaneceu em risco político. Ela poderia ter sido
    afastada do mandato, se o seu partido perdesse a maioria. Ou seja: o parlamentarismo mantém o risco iminente
    do vitorioso ser destituído, a qualquer momento.

    François Mitterand
    foi eleito em 1981 e reeleito em 1988. Dois mandatos constitucionais de sete anos, cada um. A França possui
    uma das mais ricas experiências democráticas do mundo. Foi um dos primeiros países a aplicar a idéia moderna
    de Constituição, em 1791. Porém, a estabilidade francesa somente se iniciou com a Carta Magna de 1958 e a
    implantação de um regime estável, denominado “V República”. Como classificou Maurice Duverger, a forma de
    governo na França é “semi-presidencialista”.

    O Parlamento exerce função privilegiada, não apenas por votar a lei, mas por controlar a administração,
    podendo chegar até a destituição do próprio governo, caso uma maioria de deputados assim desejar. O Primeiro
    Ministro e os ministros, mesmo nomeados pelo Presidente (que é eleito pelo povo) devem ser aceitos pela
    Assembléia Nacional.

    Observe-se que a França tem evoluído muito no aperfeiçoamento das suas instituições políticas. Lá existe o
    Conselho Constitucional, que é uma autêntica corte constitucional. Sessenta deputados, ou, sessenta senadores
    podem apelar para esta Corte Constitucional, antes que uma lei entre em vigor. Isto passou a existir em 1974,
    por iniciativa do Presidente Giscard d’Estaing. O Judiciário é amplamente independente e o pluralismo político
    nutre o desenvolvimento democrático.

    Felipe González Márquez, na Espanha é uma das figuras mais importantes da história política mundial.
    Assumiu o poder em 1982, justamente quando o país saía de uma ditadura. A Espanha iniciou com ele a sua
    reestruturação institucional. Sempre governou apoiado por um parlamento majoritário e disciplinado, que lhe
    permitiu a aprovação no Congresso de todos os seus projetos e reformas, além do controle, direto ou indireto,
    do Conselho Geral do Poder Judiciário, do Tribunal Constitucional, do Tribunal de Contas, do Conselho de
    Estado, do Banco de Espanha e outras medidas inovadoras.

    Manteve-se como Primeiro Ministro até 1996, sem alterar nada em prol da sua permanência no poder. No
    período em que governou, o Parlamento fiscalizava com rigidez um programa de governo, que defendia a
    estabilização econômica e uma política de reestruturação industrial e de crescimento econômico voltado para o
    aumento do emprego e da eqüidade social. O Parlamento espanhol poderia por um simples voto de
    desconfiança afastá-lo do governo.

    Será que Brasil e Venezuela se assemelham a França, Espanha e Inglaterra?

    laro que não. Justamente por isto não foi feliz o Presidente, nos exemplos que citou, em defesa de Chávez da
    Venezuela e da sua própria (e talvez futura) reeleição.

    O Presidente Lula, certamente já prepara o plebiscito que fará no Brasil para saber se deve ou não partir para o
    terceiro mandato, ao citar as eleições e referendos realizados nos últimos anos na Venezuela.
    É bom lembrar que democracia não se caracteriza por consultas diretas e freqüentes ao povo. Tal procedimento
    é usual entre os ditadores, que amedrontam e corrompem. Hitler, Mussolini, Stalin no auge do poder
    conseguiram o apoio das massas e se acharam altamente democráticos. Faziam a suposta “vontade do povo”
    (!!!!), usando plebiscitos, marchas populares, referendos etc...

    A democracia realmente existe, quando as instituições são estáveis e permanentes. O livro “O federalista”
    comenta a primeira Constituição americana e adverte que devem ser evitados os abusos, que levam a tirania de
    um, ou a tirania de muitos. O pior abuso é a permanência no poder.
    Na verdade, o Presidente Lula ao tratar da democracia brasileira, continua sem saber de nada e apenas sabe
    aquilo que quer e deseja.

    E aí se explica a defesa enfática de Chávez. Ele quer a sua própria reeleição em 2010. Da mesma forma que
    Chavez está conseguindo na Venezuela. Quem viver verá....

    PS. Rogo a Deus que a minha previsão neste artigo esteja errada.    Seu Comentário)

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