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Brasília em Dia

  • 02 de Novembro de 2007

    China: exemplo para o mundo

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    Ninguém poderá negar o sucesso global da economia da China. Torna-se imprescindível entender as realizações daquele povo e a sua caminhada em direção ao desenvolvimento pleno. O livro de autoria do americano Michael E. Marti, já lançado no Brasil - “A china de Deng Xiaoping – o homem que pôs a China na cena do século XXI”- descreve em pormenores a vitoriosa estratégia. Veja-se, por exemplo, estatística atual: o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 11,5% nos primeiros nove meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2006.

    Presidi por quatro anos, o Parlamento Latino-Americano (PARLATINO), organismo internacional fundado em 7 de dezembro de 1964, na cidade de Lima, com Tratado de institucionalização firmado em 16 de novembro de 1987 e subscrito pelos governos e congressos nacionais da América Latina e do Caribe. Um dos objetivos da instituição é a cooperação com parlamentos, governos e instituições mundiais.

    Percebi a exata dimensão da importância chinesa no mundo contemporâneo. Tive a honra de aproximar o Parlatino do Comitê Permanente da Assembléia Popular Nacional e do Governo da República Popular da China, através de um Acordo de Cooperação, assinado em 12 de março de 2004. Em 01 de setembro de 2006, recebi na então sede permanente de São Paulo, o deputado Wu Banghoo (o terceiro homem na hierarquia chinesa), presidente do legislativo chinês. Na ocasião, lhe foi outorgada a Comenda Grã Colar de Honra ao Mérito Latino-Americano.

    O principal resultado positivo do acordo entre o Parlatino e a China está sendo colhido na discussão iniciada em 19 de maio de 2005, quando promovi a “III Conferência Interparlamentar Latino-americana de Saúde”, realizada na sede em SP, com a importante cooperação do Governo chinês. O tema central debatido foi “Medicina Tradicional e Complementar (MTC)”. A maior contribuição científica veio do médico Li Qiangou, ex-diretor do Hospital de Medicina Chinesa de Pequim e deputado da Assembléia Popular da China. Posteriormente à iniciativa do Parlatino, iniciou-se na América Latina e Caribe a elaboração de legislação de proteção ao uso racional, nas redes públicas de saúde, da medicina tradicional complementar, com significativa redução de custos e aumento da eficiência curativa. Em 19 de setembro de 2006, o México aprovou lei específica.

    No último mês de maio, reuniu-se o Grupo de Trabalho em “Medicina Tradicional, Alternativa Contemporânea”, que criei na presidência do Parlatino. O Dr. José Alejandro Almaguer González, do México, fez exposição e exaltou a iniciativa da cooperação com a China, onde a cura é feita apenas por agulhas, ervas, massagens e comida. Ele citou exemplo de hospital em Xangai, de 1800 leitos, em que 99% dos pacientes preferem a medicina tradicional chinesa e não a medicina moderna.

    Também à frente do Parlatino incentivei discussões, na Comissão de Economia do órgão, sobre a experiência chinesa das Zonas Econômicas Especiais (ZEE), iniciadas em 1984. O Parlatino lançou a semente do MERCONORTE (Mercado Comum do Norte e Nordeste), que envolveria os países da fronteira norte-nordeste do Brasil, sobretudo os andinos, com mercado consumidor estimado em mais de 80 milhões de pessoas e geração de milhares de empregos e oportunidades. Teria caráter complementar ao Mercosul. Um dos objetivos seria a instalação de Zona Econômica Especial, na região do “Grande Natal” (RN) – a mais próxima geograficamente da Europa e da África -, o que justificaria, economicamente, a construção do mega-aeroporto já projetado para a cidade de São Gonçalo do Amarante (RN), onde aterrissarão na América Latina os primeiros aviões gigantes (Airbus 380), recentemente lançados. Os chineses demonstraram total e absoluto interesse, diante das informações e estudos que elaborei. Até agora, nada caminhou.

    É amplo o campo de cooperação com a China. Quando presidente do Parlatino fixei posição favorável em questões vitais como a defesa de “uma só China”. Tal assunto deverá ser decidido pelos dois lados, sem interferência de terceiros. Para se ter uma idéia, somente no plano das relações econômicas da China com Taiwan, os números apontam US$ 77,54 bilhões nos primeiros oito meses de 2007, um aumento de 13% em relação ao mesmo período de 2006.

    O atual embaixador extraordinário e plenipotenciário da República Popular da China no Brasil, Chen Duging realiza trabalho fecundo, no sentido de oferecer eficiente visão geral do desenvolvimento da China e do Brasil, com prioridade à cooperação e ao intercâmbio. O caminho é este. Muito, ainda, terá que ser feito para a colheita dos frutos desejados pelo Brasil, China e a própria América Latina.   (Comentários)

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