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Opinião

  • 10 de Janeiro de 1998

    INTELIGÊNCIAS DO RN REJEITADAS

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    INTELIGÊNCIAS
    DO RN REJEITADAS

    Sempre lutei no Congresso Nacional em defesa de mais empregos e oportunidades para o Rio Grande do Norte. Há, entretanto, um ponto que me angustia. Fui relator durante quatro anos na Câmara Federal da Lei de patentes brasileira. A patente dá oportunidade e protege a inteligência criativa, independente dela ser americana, japonesa ou brasileira. A patente garante a criação do inventor, evitando que outro copie ou pirateie seu trabalho criativo. Infelizmente, no Rio Grande do Norte, os Governos estão cegos para estimular os nossos inventores.

    Eis alguns tristes exemplos de inteligências locais rejeitadas.

    Miguel Alcindo de Oliveira, engenheiro potiguar, criou um dispositivo que substitui o carburador do automóvel, melhora o rendimento da injeção eletrônica e diminui a poluição. Ninguém no Estado lhe apoiou. Uma empresa americana soube do invento, mandou emissário com dinheiro, contratou-o e nos próximos meses lançará no Brasil um carro americano à base do invento do potiguar Miguel.

    Carlos Alberto Paz de Araújo, potiguar, nunca foi estimulado em sua terra. Hoje fatura US$ 140 milhões nos Estados Unidos e já detém mais de 100 patentes, as quais serão fatalmente vendidas para o Brasil.

    Outro inventor potiguar, ainda anônimo, está vendendo a uma empresa estrangeira um conversor de energia solar, substituindo as atuais placas fotovoltaicas. O Autor tem, inclusive,. concepção revolucionária sobre a "teoria da dualidade" em Física e continua desestimulado. O grande aglutinador desses talentos é o cientista Fernando Borges de Oliveira, Presidente da Associação Potiguar dos Inventores, a primeira (e certamente a única) associação estadual de inventores no país. Ele luta e grita sozinho. Ajudo-o com solidariedade e estímulo,k porque infeliamente não disponho de outros meios. Mas, já é tempo de maior união, evitando que a inteligência do Rio Grande do Norte vire produto de exportação e depois seja importada por nós mesmos. Se isto continuar, estaremos condenados a ser eternamente em "pobre Estado rico".

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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