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Opinião

  • 06 de Outubro de 2001

    OCIDENTE E ORIENTE

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    OCIDENTE E ORIENTE

    Numa recente entrevista à TV Câmara, perguntaram-me sobre a natureza violenta e fanática dos muçulmanos (islam). É enorme o desconhecimento que há no Ocidente sobre a cultura muçulmana  e a religião islâmica  Cerca de 40% da população mundial é influenciada pelos valores do cristianismo e muçulmanos. A torpeza do Primeiro Ministro italiano Berlusconi em classificar a cultura ocidental como superior a islâmica, obriga todos ao países a uma especial reflexão. Existem diferenças fundamentais entre as duas religiões. Porém, há certas semelhanças: crença na revelação dos profetas, nos Livros Sagrados, na vida após a morte e num código moral na terra.

    Os islâmicos (o mesmo que muçulmanos) reconhecem Jesus  como um dos grandes Profetas de Deus, voltado para as “ovelhas perdidas” de Israel.  Respeitam-no igualmente a Adão, Noé, Abraão e Muhammad, este último, segundo eles, o último Profeta divino, que nasceu no ano 570 depois de Cristo, tido como descendente direto de Ismael (filho do Profeta Abraão com a escrava egípcia Agar). A base do islamismo está no “Alcorão” (resumo das Escrituras, do Apocalipse e do Gênesis), livro sagrado revelado durante 23 anos ( séc. VII D.C.) pelo Anjo Gabriel ao Profeta Muhammad, que mesmo analfabeto ouviu a mensagem e a transmitiu aos seus escribas. Os islâmicos consideram ofensivo denominar a sua religião como  “maometismo” (Maomé).  Muhammad não é adorado ou respeitado por ter sido o fundador do islam.  Islam em árabe significa “paz” e “submissão”.  Por isto, Alá não é um Deus muçulmano, árabe ou tribal. O termo “Allah” em árabe, quer dizer o Deus Universal, único e verdadeiro. Trata-se  de conceito monoteísta (Deus único). Para esta religião, a existência humana não seria punição por Adão e Eva terem comido o fruto proibido. Deus, antes dos dois, já decidira colocar o ser humano na terra como uma espécie de seu “administrador”.

    CRISTIANISMO E ISLAMISMO

    Há diferenças fundamentais entre o Cristianismo e o Islamismo. Para  os muçulmanos existem cinco pilares:  o testemunho (Muhammad, o último Profeta), as cinco preces diárias, o jejum durante o mês do Ramadã (idêntico aos judeus não comem carne de porco), a caridade e a peregrinação, pelo menos uma vez na vida, à cidade de Meca, na Arábia Saudita. O calendário deles começa no ano 622 depois de Cristo, data em que Muhammad foi perseguido e refugiou-se em cidade próxima à Meca (Medina). O Cristianismo tem fundamentos diferentes, tais como : a Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), a Divindade de Jesus, a condição Divina de Jesus como Filho de Deus; o pecado original (Adão e Eva) e a Ressureição.

    O terrorismo internacional representa no momento a maior ameaça à segurança pública e à economia mundial. O inimigo do Ocidente  não é o islamismo, mas sim os “fundamentalistas islâmicos” da facção terrorista  Taliban do Afeganistão,  liderada por Osama Bin Laden desde 1997. A maioria dos governos do mundo islâmico condena o fundamentalismo. O “taliban” significa violação aos direitos humanos, mal trato com as mulheres (consideradas seres subumanos, escravas para os serviços de casa e da procriação), uso de orçamento de guerra proveniente do narcotráfico (30/40%); do contrabando (60%); de ajuda financeira direta (de 5 a 10%). O Taliban é um movimento apenas afegão, que já contou, inclusive, com o apoio americano (entre 1994 e 1996) no combate aos comunistas.

    Estas informações são necessárias para combater a discriminação entre os povos e aproximar o Ocidente do Oriente em busca da Paz, mesmo com as naturais diferenças culturais e religiosas. 

    ACONTECE

    Classe média
    Aceitei o desafio de ser relator na Comissão de Justiça do projeto que concede reajuste às tabelas de desconto do IR-pessoa física com um único objetivo: defender o assalariado, a sufocada classe média, cada dia mais pobre.

    Contra-argumentos
    Aqueles que são contra o reajuste das tabelas argumentam que o Governo não é “papai noel”,  que a lei de responsabilidade fiscal proíbe aprovar despesa sem indicar receita e que a economia não está indexada (a correção monetária acabou por lei).  Como contra-argumentos de defesa do assalariado – que é o meu papel -  defendo o seguinte: para evitar que o Governo seja chamado de “papai noel”, sugiro objetivamente a receita que compensará a despesa do ajuste das tabelas do IR pessoa física. Procurei as oposições e o próprio Governo e sugeri que se coloque este projeto em votação, juntamente com a proposta Mussa Demes (PFL-PI), que acaba com o privilégio instituído em 1996 no Brasil, isentando os dividendos distribuídos como lucro de IR. Um assalariado que ganha R$ 2.000.00 paga IR. Quem recebe R$ 100.000.00 de dividendos é isento e pode mandar até para o exterior. Até Ministro de Estado com quem conversei não sabia de tal injustiça. Corrigindo-se esta falha, estará compensado o “déficit” causado pelo  reajuste das tabelas Pessoa Física (cerca de 4 bi).

    Percentual
    Existem dois percentuais propostos para o reajuste das tabelas do IR: o Senado, por unanimidade, aprovou 28% e a Câmara (com o meu apoio) 35.7%. Como a lei tem que ser aprovada até dezembro  para vigorar em 2002 (anualidade tributária), alguns líderes partidários, inclusive de oposição, pediram-me que mantenha a proposta do Senado, evitando o projeto voltar ao mesmo Senado por modificações feitas. Segundos eles, melhor seria aprovar o que os Senadores, por unanimidade, defenderam (28%), do que correr o risco de “perder tudo, e, ao final, o projeto não ser aprovado este ano com o assalariado, mais uma vez, perdendo a chance.  

    Posição
    Em razão de tudo isto, na quarta próxima darei o meu parecer na CCJ favorável ao reajuste das tabelas, sem mexer no que o Senado decidiu, facilitando maior rapidez na tramitação. Isto não impede que no plenário as lideranças possam alterá-lo. Conjuntamente, emitirei parecer favorável ao projeto que taxa os ganhos de capital (dividendos, bonificações etc...),  compensando a perda de receita com a atualização das tabelas do IR, sem transformar o Estado em “papai noel” ou praticar demagogia vulgar, atirando com a pólvora alheia, deixando de lado o interesse do país na sua totalidade. Dei este depoimento ao Presidente FHC, inclusive com o apelo de que evite, a tempo, que este fato se assemelhe ao “esqueleto do FGTS”, onde o Governo por não ter feito acordo, terminou condenado pela Justiça com maior ônus.

    Percentual
    Fica esclarecido que caso o percentual de reajuste for de 28%, ao invés de 35.7%, como é o meu desejo, deve-se ao fato do Senado Federal ter aprovado antes este percentual, sem oposição de qualquer Senador.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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