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Opinião

  • 25 de Outubro de 2003

    A ALCA EM DEBATE

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    A ALCA EM DEBATE

    O Parlamento Latino-Americano (PARLATINO) promoveu nas últimas segunda e terça feira, no Congresso Nacional, em Brasília, Encontro Parlamentar Latino-Americano, com a presença de mais de 100 legisladores do continente, abordando o tema : “O papel do Parlamentar na ALCA”.

    Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, prestigiou o evento, além de  vários Ministros de Estado e embaixadores. Os presidente do Senado, José Sarney e da Câmara, João Paulo, participaram da solenidade inaugural. Na ocasião, falei em nome dos Parlamentares latino-americanos. Fixei a posição do PARLATINO em relação ao debate da ALCA. Seguem trechos do discurso.

    O QUE SERÁ A ALCA                                                

     O papel dos legisladores na discussão e aprovação dos tratados e acordos internacionais, tipo ALCA, constitui o tema dos debates hoje iniciados. O Legislativo, pela sua natureza fiscalizadora, não pode transformar-se em “homologador” de fatos consumados, em matéria de política externa.  No caso específico da ALCA, estamos diante da proposta da Área de Livre Comércio das Américas –a ALCA-, reunindo trinta e quatro países americanos em uma zona de livre-comércio, o que significa constituir o maior bloco comercial do mundo, 800 milhões de consumidores (o dobro da União Européia), um produto interno bruto (PIB) de 11 trilhões de dólares (US$ 11.000”000.000’000.000) e 22% das  exportações mundiais.

    VIDA OU MORTE

     Fazer parte da ALCA está sendo apresentado por alguns como uma questão de vida ou morte, como uma escolha entre o atraso e o progresso. Um dos pontos negativos desse debate é a excessiva simplificação dos problemas. O que mais se critica, em todo o âmbito político, é a pretensafalta de vontade política”, como se o Estado tivesse uma sanha especial contra os pobres ou fosse insensível aos desastres e fenômenos naturais e à miríade de problemas sociais que nos afligem. Tudo parece resumir-se na adoção de uma ou outra postura para, como em um passe de mágica, resolver problemas extremamente complexos como o valor da moeda, as taxa de juros, a política comercial, os subsídios, as linhas de crédito e o grave problema do desenvolvimento social, intimamente ligado à justiça distributiva.

    ALCA & PROBLEMAS SOCIAIS

     Por isso, não podemos ser triunfalistas, apenas assumindo que a ALCA, por si , redimirá a penúria econômica, expandirá os mercados, aumentará as nossas exportações e diminuirá o desemprego; mas também não podemos ter uma visão pessimista ou aterrorizada, achando que as nossas empresas e produtos serão arrasados pelas poderosas economias do Norte do nosso hemisfério. Nem uma coisa nem outra; isto é de uma simplicidade inaceitável.

    DEVER DE CASA

     Um primeiro aspecto é visualizar que teremos como sócio à economia mais poderosa do planeta; mas isso não deve ser um obstáculo para percebermos que também teremos o livre comércio entre os países da América Latina e do Caribe.  Está mais do que provado que o aumento do intercâmbio comercial e, inclusive, o aumento do PIB, não se traduzem, necessariamente, em melhoria das condições de  vida das camadas menos favorecidas da população. O combate à pobreza na América Latina passa pela realização de reformas internas em cada país. Se não fizermos o nossodever de casa”, de nada adiantará aumentar as riquezas produzidas e receber bilhões e mais bilhões em investimentos. A receita é conhecida. Basta examinar como procederam os países que conseguiram quebrar o círculo vicioso da pobreza, na Europa e na Ásia.  Distribuir riquezas nada tem de socialista ou de altruísmo. É do interesse da própria economia de mercado ter consumidores cada vez mais insaciáveis e com maior poder aquisitivo.

    ALCA & POBREZA

     Não existem, portanto, as soluções milagrosas, as panacéias universais. A ALCA, assim como outros ícones do mundo globalizado de hoje -o FMI, o Banco Mundial e a própria globalização- não é boa ouem si; tudo depende de como nos posicionamos em relação à ela. A ALCA não se destina a solucionar o problema da pobreza e da injustiça social nos países da América Latina. Trata-se de proposta estritamente comercial. Cabe analisar se tal proposta  convém ou não e sob que condições devemos aceitá-la, ou não.

     “O que de fato devemos considerar, sem paixões, é quais serão os ganhos obtidos e os sacrifícios consentidos. Sim, porque é simplista pensar que teremos vantagens ou desvantagens. Trata-se de fazer um balanço e ver se estaremos melhor dentro da ALCA ou fora dela, em função, claro está, de como ela venha a ser estruturada

     “O importante é que as empresas de qualquer tamanho aprendam a inserir-se neste grande mercado do continente americano para obter ganhos reais e, no final, o nosso povo erga, como no Canto Geral de Neruda, “a taça da nova vida com as velhas dores enterradas..."

    NORTE/NORDESTE

     “O PARLATINO elabora estudo e abrirá debates parlamentares proximamente, em torno do tema Desenvolvimento e Integração Fronteiriça do Norte e do Nordeste do Brasil (o Merconorte), que consiste na realização de um plano integral de desenvolvimento dos Estados do Norte e Nordeste do Brasil, que tenha como ponto fundamental (“atividade motora”), a integração fronteiriça com os países limítrofes. Trata-se de aumentar substancialmente a qualidade de vida dos habitantes destas regiões.

    PALAVRA FINAL

     “Finalizo, reiterando meus agradecimentos a todos os senhores pela generosa resposta que deram a esta convocação, assim como, ao Parlamento brasileiro por seu inestimável apoio, que tornou possível esta reunião. Desejo grande êxito às deliberações, pois como afirmei em outras ocasiões, “pertencemos a uma geração excepcional, que teve a oportunidade de ser testemunha de uma época de mudanças sem precedentes em toda a história da humanidade”.

    CONDECORAÇÃO DA
    AERONÁUTICA

    Senti-me honrado em ter recebido, na última quinta, em Brasília, a “Ordem do Mérito Aeronáutico”, no grau de “grande oficial”. O Exmo. Sr. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, presidiu a solenidade, que contou também com a presença do Vice-Presidente José Alencar e vários Ministros de Estado. Anteriormente, recebi condecorações do Exército, da Marinha, da Ordem de Rio Branco, do Tribunal Superior do Trabalho e do TRT-RN.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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