18 de Outubro de 2003
POLÍTICOS OU ESPERTOS?
A cada dia que
passa aumenta em
mim a convicção de que
a Reforma política é a mais
urgente para o Brasil de hoje.
Sem ela,
construiremos um edifício
sem alicerces. De nada
valerá o sacrifício exigido pelas reformas tributária,
administrativa, previdenciárias e outras, se os mandatos
eletivos ficarem nas mãos
dos espertalhões.
Política não pode ser
sinônimo de esperteza,
usada pelos espertos,
que abusam o poder político
e econômico, alegam conhecer
finanças e saqueiam os cofres públicos
e as esperanças populares.
Confiscam a boa fé do povo.
O sistema legal há de
ter meios preventivos para
alijar esses tipos
nocivos da disputa eleitoral.
Sem isto, torna-se impossível
eliminar as práticas atuais,
onde dinheiro e influência
na máquina estatal são
os requisitos fundamentais
para assegurar o sucesso
nas urnas. Que valor
têm pessoas sem biografia
digna e, apenas por
transitarem bem no terreno movediço
do tráfico de influência,
terminam criando obstáculos, quase
intransponíveis, aos vocacionados para
a vida pública, com
serviços sérios
prestados há anos? Torna-se necessário
reagir com fortaleza.
A desilusão é o ventre das ditaduras
e leva as massas
iludidas ao ridículo e até
ao desespero. Veja-se o que
ocorreu, recentemente, num país
evoluído como os Estados
Unidos. Um estrangeiro,
australiano, sem nenhum
preparo para a atividade
política, envolvido em
escândalos sexuais no
passado, fã de
Hitler, terminou eleito Governador da Califórnia,
justamente pelo “desastre”
que representou a administração
anterior, muito
parecida com aquele espetáculo
encenado por Fernando Collor Melo na política
brasileira recente.
Trata-se do ator de cinema,
Arnold Schwarzenegger. Ele, com
certeza, será afastado da vida
pública, como
aconteceu com o hilariante lutador
de box, Jesse Ventura, eleito prefeito
numa cidade de Minesota. Daqui há pouco,
Mike Tison desejará ser Presidente
dos Estados Unidos, ou
um banqueiro qualquer,
alegará que maneja bem
os juros e assim
poderá manejar o Estado.
No Brasil, o virus dos “oportunistas” que
ingressam na política, traz inevitáveis
epidemias, sem vacina
preventiva, porque a legislação
atual é falha e
premia tais práticas.
Por isto, a reforma política
deveria ter sido feita ontem.
Que estímulo podem ter
os que se esforçam, trabalham, lutam, dedicam as suas
vidas e são
surpreendidos pelas “armadilhas” do atual
sistema partidário brasileiro?
O político sério do
Brasil, que não tenha
adquirido a propriedade de uma sigla
partidária (mesmo por
compra e venda), ou
não tenha solidariedade
incondicional dos dirigentes,
estará sentenciado ao fracasso, a exclusão
e a derrota. O critério
atual é fazer coligações
e dividir as fatias do bolo
com os Partidos integrantes,
por mais inexpressivos
que sejam os candidatos
e por mais inconseqüentes
ou incompetentes que
sejam os seus dirigentes.
Isto não pode continuar.
Há que se ter o critério
de prévias obrigatórias, fiscalizadas pela
Justiça Eleitoral,
dando oportunidade a quem
tenha “chance”. O eleitor
muitas vezes lamenta não
ter outras opções de nomes.
Em última análise,
teremos que adotar o sistema
americano de permitir candidaturas
de pessoas “sem partido”.
Candidatos independentes.
Isto é o mínimo que
a ética impõe. Do contrário,
continuará o mercado persa
atual, certamente
aguardando que surja por
aqui um esperto,
igual ou pior
do que Schwarzenegger...
ACONTECE
Parlatino
Começa
amanhã, às 17 horas,
no plenário do Congresso
Nacional, com a presença
do Presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em Brasília, o Encontro
de Parlamentares Latino-Americanos
sobre o tema: “A
participação do parlamentar na ALCA”. É mais
uma promoção do PARLATINO, em
colaboração com a Câmara
dos Deputados e Senado
Federal do Brasil. A solenidade inaugural
será transmitida ao vivo pelas Tv’s Câmara
e Senado.
Participantes
Estarão expondo e debatendo figuras
como Raul Alfonsin, ex-presidente argentino; Peter
Algeir, representante oficial do Governo
Americano na ALCA; representantes da Assembléia
Popular de Cuba, além
de parlamentares brasileiros,
dentre eles, Senadores
Aloízio Mercadante e Eduardo Suplicy.
Pronunciamento
Falarei na sessão
inaugural, em nome
dos parlamentares das Américas. Defenderei a tese
de que livre comércio
é positivo, desde que
os que têm a perder, percam pouco
e os que têm a ganhar, ganhem
menos.
Parlatino
Acaba de ser
lançado “folder” explicativo do Parlatino. Os que
desejarem um exemplar poderão solicitar
a esta coluna (e-mail
e endereço no rodapé).
Ou acessar o site
www.parlatino.org.br .
Concurso (I)
Quase
10 mil vagas no serviço
público federal serão
preenchidas, através de concursos
públicos já marcados.
A Receita Federal
aceitará inscrições até
a próxima sexta. Serão
1.000 vagas – 550 para técnicos
(salário de R$ 2.4 mil)
e 450 para auditores (salário
de R$ 5.2 mil). Informações
no site www.esaf.fazenda.gov.br , ou, telefones (61) 412 6288/412 6238.
Concurso (II)
O Ministério
Público do DF e territórios
concluirá o prazo de inscrições
no dia 1° de novembro
próximo, as quais podem ser
feitas na Internet (www.cespe.unb.br ) ou
na sede em Brasília. São
oferecidas 20 vagas e o salário
inicial é de R$ 10.9 mil.
Concurso (III)
O INSS abrirá inscrições
para o concurso de auditor-fiscal da Previdência
Social (250 vagas) no
próximo dia 27 até
o dia 7 de novembro.
O salário inicial é
de R$ 5.250.87 e as informações estão disponíveis
no fone (061) 448 0100, no site
www.cespe.unb.br/concursos/INSS2003/ , ou, nas agências
credenciadas da CEF.`
Concurso (IV)
Está prevista
a realização de concursos
públicos na Petrobrás para
preenchimento de 3.000 vagas, em
todo o país com
salário a partir de R$ 2.7 mil,
no nível superior. Já
o INCRA irá realizar seleção para
366 cargos de nível superior,
com salários variando
entre R$ 1.2 mil e R$ 3 mil e lotação prevista
nas 29 superintendências, além
da sede em Brasília.
Coluna Publicada aos domingos
nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte
