Marca Maxmeio

Opinião

  • 14 de Junho de 2003

    COMBATE A CORRUPÇÃO

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    COMBATE A CORRUPÇÃO

    Instalou-se em São Paulo, na última quarta, promovida pelo Parlamento Latino-Americano,a “I Conferência sobre Parlamentos e controles da corrupção: desafios da América Latina”. O Banco Mundial e a Organização dos Estados Americanos (OEA) colaboraram com o evento, que teve a participação de parlamentares de todos os países da América Latina, sem exceção.

    Por coincidência, o Governo Federal lançava naquele mesmo país o Plano de combate a lavagem de dinheiro, através de ações do Ministério da Justiça e do Banco Central. Estou convencido de que a violência coletiva está ligada ao dinheiro ganho ilicitamente. Sem recursos disponíveis, não existiriam as redes de aquisições ilícitas de armas, de estímulo a prostituição infantil, o comércio próspero e impune das drogas e outros descaminhos semelhantes.

    O combate não é apenas da Polícia, mas sobretudo das instituições financeiras, que manipulam somas fabulosas de “laranjasem paraísos fiscais.

    PALAVRA DO PARLATINO

    Ao instalar a Conferência, em nome do Parlatino, declarei no discurso (veja na íntegra no site do Parlatino “ www.parlatino.org.br”): “A corrupção é um fenômeno aparentemente contraditório no sentido de que, por um lado, sempre afetou – negativamente, é claro – os esforços das diversas comunidades para alcançar seus objetivos de desenvolvimento, entendido como o bem-estar geral da sociedade, com justiça social, democracia e a plena vigência dos valores éticos universais. E, por outro lado, o tratamento franco e aberto do tema geralmente foi evitado ou, pelo menos, relegado a planos completamente secundários e irrelevantes. Em outros casos, as discussões sobre esta matéria ficaram presas a especulações teóricas referentes às diferenças entre ética e moral.”

    CONHECIMENTO & COMBATE 

                “O  sueco Gunnar Myrdal, Prêmio Nobel de Economia em 1974, em uma publicação de 1971, considerou diversas e importantes categorias de corrupção e analisou o papel do Estado, o império da Lei e a organização social, para o fim de ser conhecer com clareza a forma e a intensidade desse fenômeno que mina as estruturas culturais e socioeconômicas das sociedades e obstaculiza o seu progresso.

     “Sendo assim, é inquestionável que o combate à corrupção é um assunto que compete a todos os agentes sociais: aos Parlamentos, aos Executivos e à comunidade organizada. E depende de todos os sistemas e setores. A experiência demonstrou que medidas parciais como, por exemplo, a repressiva, não resolvem o problema.

    “Se por um lado é indispensável a existência de uma ordem jurídica efetiva, por outro, “o império da lei não é forçosamente o império de uma boa lei”, assim como, o excesso ou a hipertrofia dos corpos legais não é sinônimo de uma “ordem jurídica legítima”. Como bem disse Adriano, sábio imperador romano do século II imortalizado por Marguerite Yourcenar: “Meu propósito era tão somente o de reduzir a frondosa massa de contradições e abusos que terminam por converter o Direito e os procedimentos em um matagal onde as pessoas honestas não se animam a aventurar-se, enquanto os bandidos prosperam ao seu abrigo”.

    VALORES ÉTICOS UNIVERSAIS

    Chamei a atenção no pronunciamento de instalação da “Conferencia” quebaseado nesta visão integral deve-se caracterizar o tratamento do tema da corrupção, vez que o seu elemento fundamental será dado pelo estabelecimento dos verdadeiros valores éticos universais, que eles se referem às regras fundamentais que orientam uma coexistência civilizada entre os seres humanos, transcendendo e respeitando as peculiaridades culturais dos povos. A este respeito, é muito eloqüente o Relatório da Comissão Mundial de Cultura e Desenvolvimento da UNESCO, presidida por Javier Pérez de Cuéllar, documento denominado Nossa Diversidade Criativa, que estabelece quesomente será possível caminhar para um verdadeiro desenvolvimento da humanidade na medida em que avançarmos em direção à vigência de uma ética global que expresse um conjunto de normas básicas que todas as comunidades devem observarcomo o respeito aos direitos humanos ou a democracia, por exemploque promova a plena participação social na vida da comunidade em todos os níveis e que constitua o vínculo e o elemento comum na diversidade cultural”.

    AÇÕES CONCRETAS DO PARLATINO

    Demonstrei para os participantes da Conferência, as ações concretas que o PARLATINO realiza nessa área de combate ‘a corrupção: “ É evidente que a educação e a comunicação têm um papel essencial na geração e na transmissão destes valores. É por esta razão que o Parlamento Latino-Americano encontra-se promovendo, juntamente com a UNESCO, o Plano de Educação para o Desenvolvimento e a Integração da América Latina e está iniciando, junto com este organismo e com o Convênio Andrés Bello, um projeto de Integração Cultural através do Rádio e da Televisão, que se propõem, por um lado, “a contribuir substancialmente à consecução dos propósitos de desenvolvimento e integração que animam os povos da América Latina e, por outro lado,  “propiciar o surgimento de uma identidade cultural latino-americana, baseada no conhecimento mútuo e na compreensão dos valores culturais nacionais e locais, assim como, no princípio da harmonia na diversidade, utilizando para este propósito os recursos do rádio e da televisão da região”. Estes projetos serão desenvolvidos a partir da concepção da Comunidade Latino-Americana de Nações, como expressão jurídica e institucional da integração regional, cuja concretização é considerada um imperativo histórico para o desenvolvimento dos nossos povos”.

    GOVERNABILIDADE DOS ESTADOS

    O grave risco da democracia do século XXI é “ a corrupção alcançou dimensões que chegam a afetar a própria governabilidade dos Estados, impondo-se uma resposta institucionalizada que se expresse em uma legislação adequada que transcenda as fronteiras nacionais via tratados e convenções, pois a dimensão da corrupção também é universal. Este tema fundamental, assim como, os agentes sociais nele envolvidos e as medidas que devem ser executadas para que as propostas tornem-se práticas serão objeto de análise nesta reunião, juntamente com outros assuntos não menos importantes”.

    Pelo alto nível dos debates e as conclusões finais, acredito que o PARLATINO tenha contribuído para o início imediato de ações político-administrativas na América Latina, visando purificar as nossas instituições, dando-lhes credibilidade, sem o que jamais alcançaremos a Democracia por todos sonhada.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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