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Opinião

  • 26 de Abril de 2003

    O MEDO E A ESPERANÇA

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    O MEDO E A ESPERANÇA

    Vivi intensamente nos últimos anos a luta para implantar as reformas no Brasil. No Congresso Nacional, todos eram a favor. Na hora h, a oposição da época tinha “medo” de que aquelas mudanças produzissem efeitos positivos e anulassem a sua estratégia político-eleitoral de chegar à Esplanada dos Ministérios. Melhor seria a continuidade dos contrastes sociais. De um lado, assumia posição conservadora e de outro, denunciava o Governo de então como insensível aos problemas dos pobres e causador intencional do dilúvio social dos salários defasados, desemprego e alta de preços. A preocupação de medir as conseqüências econômico-financeiras das decisões administrativas era tida como forma cruel de neoliberalismo, que asfixiava o bolso do funcionário, do aposentado e do assalariado indefesos. Ao mesmo tempo, erguia-se a bandeira de um governo ético no futuro, coerente e descompromissado com o FMI, os banqueiros internacionais e o capitalismo selvagem.

    O bem elaborado “marketing” oposicionista, lançou o slogan, de que “a esperança venceria o medo”. No primeiro momento pós-vitória, a impressão foi de que desaparecera o “diluvio” da insatisfação social. A dúvida era se a oposição, já transformada em governo, venceria o seu próprio “medo” das reformas. Ou, se, ao contrário, tomaria caminhos totalmente diferentes daqueles do governo anterior. A “esperança” conduzira Lula ao Poder. Porém, não estava claro que tipo de medo a esperança vencera.

    Os últimos anúncios de reformas do Governo Federal, esclarecem duas dúvidas: primeiro, que o medo derrotado pela esperança foi aquele que existia na própria oposição do passado; segundo, que o Padre Vieira tinha razão quando disse, em um dos seus Sermões: “ Antes,  e depois de Noé, sempre existiu o Dilúvio. Uns para uma parte, outros para outra: todos cansando-se em buscar descanso e todos cansados de não o achar”.

    O risco do dilúvio não existiu apenas antes de Lula. Continua a existir  hoje, representado por idênticos desafios sociais, econômicos e políticos. Ao analisar tais fatos políticos, não o faço com o desejo de condenar ou apontar incoerências. Até porque, reconheço que o Governo atual segue caminhos corretos, na medida em que não tenta inventar a roda pela segunda vez. Demonstra até  humildade e evita que o país se transforme em “cobaia” de soluções utópicas.

    De minha parte, embora favorável às reformas, continuarei contra alguns pontos em debate. Já no Governo FHC, fui contrário a taxação de inativos, reduções na previdência do servidor público, criação de mais impostos etc.

    Será que a “esperança” das mudanças, alimentada pelo atual governo, conseguirá vencer o “medo” dos seus aliados?  Ainda haveria o perigo daquele “medo de ontem voltar a vencer a esperança”, como venceu no passado, quando as mesmas reformas hoje propostas  foram derrotadas no Congresso ?

    Em tudo, resta a esperança de que o sectarismo e a intolerância não semeiem o dilúvio e aceitem a máxima do  Barão de Itararé, de que “não é triste mudar de idéias; triste é não ter idéias para mudar”.

     

    ACONTECE

    Agricultores
    A Medida Provisória 114 atende, em parte, a reivindicação dos devedores de créditos do Programa Especial de Crédito para a Reforma Agrária (PROCERA), do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de fundos constitucionais.

    Composição & prazos
    O prazo para composição será de 180 dias, o de carência para início do pagamento 30 de junho de 2006 com o máximo de 18 anos para a quitação total e juros de 115% ao ano.

    Concurso (I)
    Até quarta serão aceitas inscrições, somente através da Internet, para o processo seletivo à contratação de profissionais com nível superior na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Não há número estabelecido de vagas. Os salários variam de R$  1.990 a R$ 6.078. Inscrições no site www.cespe.unb.br  e informações no fone (061) 448 0100.

    Concurso (II)
    O Tribunal de Justiça do Distrito Federal abriu inscrições para concurso público, até 3 de maio. Há 64 vagas para analista (curso superior e salário de R$ 1.935.00) e 52 para técnicos (nível médio e salário de R$ 1.157.00). Informações no site www.cespe.unb.br  ou no telefone (061)  448 0100.

    Bolsa de estudo
    A Agência Nacional do Petróleo oferece bolsas de estudo a profissionais em qualificação na área. Informações no site www.anp.gov.br (clicar no link “desenvolvimento tecnológico”).

    Luta
    Lutei como foi possível para trazer também ao RN (autorizado pela Governadora Wilma de Faria) o Presidente Hugo Chávez da Venezuela, que neste fim de semana visitou Recife e colocou a sua empresa estatal de petróleo como parceira para uma futura refinaria nordestina. O feriado da semana santa impediu que o meu apelo – como Presidente do Parlatino – chegasse em tempo ao Presidente Chávez.

    Fim de maio
    Recebi telefonema do Embaixador da Venezuela no Brasil, Wladimir Villegas, em que ficou claro o interesse manifestado pelo próprio Presidente Hugo Chávez de visitar o RN, lamentando não poder alterar o  programa oficial desta semana. Juntamente com a Governador Wilma de Faria, já encaminhei correspondência em nome do Parlatino, convidando o chefe de governo venezuelano para conhecer o nosso pólo “petroquímico” no final de maio, após a posse do novo Presidente da República da Argentina, que deverá estar presente.

    Taxistas & deficientes
    Votei a favor de alteração na Medida Provisória 94, que permitia a redução do IPI para 2% nos veículos adquiridos por taxistas e deficientes movidos a combustível não renovável ( a gasolina). O Governo foi contra e a isenção do IPI foi dada apenas nas aquisições de veículos movidos a combustível renovável (álcool).

    Municípios
    Os municípios que refinanciaram as suas dívidas junto à União terão prazo  até 30 de junho de 2005 para contratar empréstimos ou financiamentos com organismos financeiros multilaterais, instituições de fomento e cooperação, ligados a governos estrangeiros, BNDES e a CEF.

    Preço
    O preço do desafio feito ao Poder Judiciário pelo Presidente Lula pode reduzir em muito os créditos até agora alcançados na sua política econômica. O mínimo que a democracia exige é um relacionamento de alto nível entre os chefes dos três poderes constitucionais.

    Coluna Publicada aos domingos
    nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte



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