Opinião
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26 de Março de 2005
PRIMO RICO E PRIMO POBRE
Tenho tido pouco tempo nos últimos dias para pensar em política local. Estou embevecido em defender uma “Área de Livre Comércio” para o Rio Grande do Norte e cuidar, como relator na Câmara Federal, do projeto de lei que melhorará substancialmente a relação dos médicos e hospitais com os Planos de Saúde no país.
É irresistível, porém, a tentação de dar palpite sobre este “vai e vem” de posições políticas em nosso Estado. O curioso é que não se discutem novas idéias, propostas, ou coisa parecida. Todos querem e desejam ser líderes, comandar partidos, decidir eleições, interferir nos rumos estaduais em 2006. Até certo ponto, a pretensão é legítima, salvo no uso de certos métodos. Afinal, o político busca o poder.
Nesse “zig zag” de fatos, uma coisa chamou-me atenção. Os dirigentes de siglas partidárias tradicionais no Estado condenam as saídas e entradas de filiados em novos Partidos, a “pressa”, o “açodamento” de quem não saberia esperar e precipita discussões desnecessárias sobre o ano eleitoral de 2006, que nada teria a ver com 2005 (imaginem a lógica de tal declaração (!!!), se em outubro próximo terminará o prazo de novas filiações partidárias). Uns abrem os braços para não serem engolidos e outros administram calmamente os comandos partidários exercidos.
Para ilustrar essa realidade política de hoje no RN, lembrei-me de um programa de rádio que o meu pai escutava religiosamente na Rádio Nacional do RJ, na década de 50: “balança mas não cai”. O “papa do humor brasileiro”, Max Nunes, criou os personagens “primo pobre” (Brandão Filho) e “primo rico” (Paulo Gracindo), em 1964 levados à TV Globo.
Max Nunes esclareceu, certa vez, que a idéia desse programa nasceu no pós-guerra (1945), quando havia no Rio de Janeiro mais moradores do que casas. Todos lutavam por uma moradia. A diferença eram aqueles já aquinhoados, que condenavam a luta dos outros por uma habitação. Daí surgiram, “o primo rico” e o “primo pobre”, este último sempre aconselhado pelo primeiro a ter paciência, não ser precipitado e esperar a hora certa. Se o “primo pobre” alegava estar com fome, o “primo rico” logo recomendava água com “alka seltzer” para encher a barriga. Quando o “primo pobre” buscava um lugar ao sol, o “primo rico”, com a tranqüilidade de quem controla totalmente a situação, assumia atitudes típicas da máxima petista: “crer ou morrer”.
No Brasil, ao invés de partido político, existe dirigente partidário (salvo honrosas exceções), que é considerado o "primo rico" da política nacional. Essa razão faz com que, muitos filiados se assemelhem ao "primo pobre" de Max Nunes e busquem a sobrevivência política, por saberem exatamente onde o "sapato aperta". Até a aprovação da reforma política - o único meio de salvar a nossa cambaleante democracia e assegurar direitos e deveres partidários - assistiremos a cenas do "primo rico" pregando para o “ primo pobre” os princípios da unidade partidária e do equilíbrio nas decisões tomadas. Ele assim age, pela garantia antecipada do Partido Político ser intocável e a lei brasileira proibir a sua desapropriação...
Ressurreição
Hoje, o Domingo de Páscoa. Momento de Paz interior, fé e confiança na eternidade. De mãos dadas, o cristão ora por maior compreensão no mundo e, sobretudo, a redução das diferenças sociais, que excluem parcelas de serem humanos de uma vida digna.
“Grande Natal”
Participei segunda-feira última, no auditório da Governadoria, de reunião do Conselho de Desenvolvimento da região metropolitana de Natal, com os prefeitos do “Grande Natal”, secretários de Estado e autoridades. A governadora Vilma de Faria me convidou para proferir palestra sobre a idéia que defendo de criação, a partir da construção do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, de uma área de livre comércio em nosso Estado. Todos acolheram a proposta. Estudos técnicos serão realizados. Ficou decidida prioridade um para a finalização das obras do Aeroporto.
Parceria
Defendo que, somente através da parceria público-privada, o Aeroporto de São Gonçalo será construído. Com recursos orçamentários, esta obra dificilmente sairá.. O comando do processo é do Governo do Estado.
Apelo dramático
Registro a situação dramática dos estudantes da Escola Estadual Luiz Gonzaga, em Pendências. Há mais de dois anos o prédio está inabitável. Por isso, as aulas estão sendo dadas em imóvel alugado, sem as mínimas condições pedagógicas. O mais grave é que a Escola em ruínas está sendo usada como moradia de famílias carentes. Fica o apelo ao Secretário de Educação, deputado Wober Júnior.
Royalties
O valor acumulado no primeiro trimestre deste ano, referente ao pagamento de royalties sobre a produção de petróleo e gás natural no Rio Grande do Norte, é de R$ 74,30 milhões. Desse montante, R$ 43,88 milhões foram destinados ao Governo Estadual e R$ 30,42 milhões aos Municípios produtores. Mossoró continua sendo o município que recebe o maior repasse no Estado: R$ 2,05 milhões.
Atendimento
O município de Areia Branca recebe, de amanhã (28), a partir das 14h, até sexta-feira (01/04), às 11h, no edifício sede da Receita Federal, a visita dos servidores da Gerência do Patrimônio da União nodo RN para atendimento ao público. Areia Branca possui cerca de 5.400 imóveis cadastrados junto à GRPU/RN.
Publicado em 27.03.2005 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.
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