Opinião
-
05 de Março de 2005
OBRIGADO VALÉRIO
Meu caro Valério Mesquita,
Obrigado pelo artigo, publicado na última quarta-feira no DN (Diário de Natal), intitulado “Ney Lopes de Souza”. No meio do silêncio de muitos e das notas recheadas de inverdades, você teve a coragem de, pensando grande, colocar o ponto nos “is” acerca da notícia, divulgada em horário nobre da TV, apontando-me como faltoso na Câmara dos Deputados, seguida de registros jornalísticos jocosos e difamantes. Agrego aos seus comentários algumas observações.
TERCEIRO PRESIDENTE BRASILEIRO
Faltoso? A própria notícia reconhece a minha condição de Presidente do Parlamento Latino-Americano (PARLATINO), instituição respeitável, com 40 anos de existência, e vinculada às Nações Unidas (ONU), OEA, UNESCO, ao Parlamento Europeu e outras similares. Apenas três vezes teve um brasileiro como Presidente, a saber: senador Nelson Carneiro, deputado Ulysses Guimarães e, agora, um nordestino, de Natal, Ney Lopes. Alegar que o RN não sabe o que é PARLATINO será agredir o seu povo, chamando-o de desinformado e ignorante. Como posso presidir uma instituição desse nível, sem representá-la? Será essa função desonrosa para o Rio Grande do Norte, Estado que divulgo com verdadeira devoção, reivindico melhorias para o seu povo e luto para transformar a nossa capital – Natal - em capital da América Latina, por ser a mais próxima, geograficamente, de todo o continente, da África e da Europa?
NATAL, O GRANDE NATAL, O RN
Faltoso? Justamente quem representa um órgão parlamentar transnacional, com a maioria das reuniões em São Paulo, local da sede permanente, sem receber um centavo dos cofres públicos? A Câmara expediu certidão, comprovando que, desde o início da legislatura até a data deste artigo, só recebi passagem e diária uma só vez para ir a Buenos Aires, a convite do então Presidente João Paulo (por dois dias). As ausências, todas justificadas referem-se, portanto, a reuniões do Parlatino em São Paulo, sem ônus para a Câmara, além de, a partir de junho de 2004, ter alegado compromissos partidários para permanecer em Natal, tentando viabilizar a minha candidatura a Prefeito. As viagens ao exterior são todas a convite de Governos, Parlamentos, ou instituições, igualmente sem nenhum ônus para o erário, como ocorreu na minha recente visita à China, onde fui recebido com todas as honras de Estado, numa demonstração daquele país em aprofundar as relações econômicas, sociais e políticas com a América Latina. Na verdade, lá falei de América Latina, porém a minha obsessão foi Natal, o Grande Natal e o RN, com exposições e até exibição de DVD sobre a nossa terra. Isto, porventura, não será trabalho parlamentar e exercício do mandato popular? Ou, talvez, seria melhor, para satisfazer a mediocridade de alguns, sentar num plenário vazio, assistir discursos sem conteúdo, apenas para aparentar “presença física”, que jamais pode ser entendida como produtividade parlamentar? E o trabalho das Comissões, quando fui Presidente da mais importante da Câmara (a de Justiça), seria também ausência às sessões? E, agora, ocupando o honroso cargo de Procurador Parlamentar Geral da Câmara, estarei em ligação direta com os Tribunais Superiores do país, comparecendo a audiências, simpósios e conferências. Seriam também faltas, sem justificativa?
ENTRE OS MELHORES DO CONGRESSO
Faltoso? Quem foi incluído, ininterruptamente, desde 1989 até o ano de 2004, como um dos melhores parlamentares do Congresso Nacional?
A palavra aplica-se a quem deixa de estar presente, sem justificativa, sem razão. Por acaso, o trabalhador que é líder sindical e comparece à sua entidade, e o profissional que participa de Congressos para ampliação de conhecimentos, são faltosos e desidiosos na sua atividade? As relações exteriores, num mundo globalizado, caracterizam a área mais abrangente para uma atuação parlamentar responsável.
Faltoso? Talvez, porque como você disse Valério, a “vida pública, muitas vezes, exige sacrifícios aos protagonistas”. Porém, você mesmo deu o toque de realismo ao escrever: “É verdade que para uns e outros não”. Será que chamam de faltosos os que exercem mandato sem vocação e espírito público, verdadeiros comerciantes da política, acumulando vantagens e fazendo qualquer tipo de negócio às escondidas? Estes nunca faltam, sobretudo àquelas reuniões que envolvem tais interesses... Talvez, por serem tão “aplicados consigo próprio” deixem de ser citados em horário nobre como faltosos... Porém, cedo ou tarde a máscara cairá.
O PREÇO DE ESCOLHER CASCUDO
Faltoso? Você me conhece desde o Colégio Marista, onde era o primeiro a chegar e o último a sair, na aula, ou no grêmio escolar, mesmo morando distante e usando ônibus. Hoje, continuo com aquela mesma disposição, acordando diariamente nas madrugadas para escrever pareceres jurídicos da Comissão de Justiça, redigir esta coluna, responder diariamente as cartas que os amigos me enviam (nunca deixei de responder uma sequer), falar na rádio de Apodi às 5h30 da manhã e outras tarefas. Levo a sério o mandato parlamentar, além do normal. Vivo 24 horas do dia para o mandato. Tenho vocação pública. Por isso, Valério, o seu gesto solidário me sensibilizou, ao colaborar para esclarecer tantas distorções.
Faltoso? Quem colaborou em Natal, através do PARLATINO, para realização de “Congresso Latino-Americano de pediatria infantil”, prestigiando a classe médica? Quem promoveu em São Paulo, no Parlatino, encontros com a UNESCO sobre a cultura latino-americana; com a OIT (Organização Mundial do Trabalho) sobre garantias e direitos dos trabalhadores; com a OEA sobre a importância dos Partidos Políticos na democracia; com a OMC (Organização Mundial do Comércio) sobre discriminação de subsídios contra agricultores brasileiros e latino-americanos, levando sempre profissionais e convidados especiais do Rio Grande do Norte para atualização e informação nesses temas mundiais?
Faltoso, meu caro Valério, quem enfrentou a ira nacional e latino-americana para homenagear, num Concurso Literário promovido pelo PARLATINO, o notável Câmara Cascudo, sendo qualificado, em artigos de jornais do sul do país, de provinciano e despreparado para dirigir aquela entidade, em razão de ter escolhido o nosso conterrâneo?
Obrigado, amigo Valério, pelo seu gesto solidário. Continuarei como sempre fui. Até para que o julgamento de colegas de bancos escolares como você, continue aquele demonstrado no seu artigo.
O abraço do seu amigo,
Ney
INSTALAÇÃO
Confirmada para a primeira quinzena de abril a instalação da Assembléia Legislativa em Mossoró, dentro da programação da AL de levar o Poder Legislativo às cidades pólo do Rio Grande do Norte. A instalação incluirá duas audiências públicas para debater a situação da indústria salineira e a fruticultura.
REFINARIA
A reunião da ministra das Minas e Energia, Dilma Roussef, com a governadora Wilma de Faria e a bancada federal do Rio Grande do Norte foi decisiva. A ministra negou que tivesse dado qualquer declaração excluindo o Rio Grande do Norte da disputa pela refinaria de petróleo. Dilma Roussef elogiou o Estado por apresentar um projeto técnico e afirmou que o governo federal ainda está analisando a localização do empreendimento
Publicado em 06.03.2005 nos jornais O POTI e GAZETA DO OESTE.
Notice: Undefined variable: categoria in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Trying to get property of non-object in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined index: pagina in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined variable: totalPaginas in /home/neylopescom/public_html/noticia.php on line 42
Notice: Undefined offset: 1 in /home/neylopescom/public_html/restrito/incs/funcoes.php on line 618