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Brasília em Dia

  • 09 de Março de 2013

    O Banco de Talentos brasileiro

    2013-03-09-emdia

     

    Talvez uma das maiores crises do Brasil seja a falta de oportunidade para o acesso de quadros competentes nas funções da máquina administrativa, inclusive o exercício de mandatos eletivos e a própria iniciativa privada.

    Será que não existem quadros humanos valorosos e capazes? Existem, sim. E em grande quantidade. O que falta é uma coisa chamada dá “oportunidade” e valorizar a “experiência”.

    Infelizmente, a mesmice ainda persegue certos setores da nossa economia e a palavra inovação provoca medo e temor. Por justiça, cabe registrar que a pesquisa inovadora já chegou a muitas áreas nacionais, sobretudo no agro business. Um dos males que ainda entrava o desenvolvimento tecnológico do país são as exigências prévias e absurdas, que condicionam a busca da inovação, a renuncias sucessivas e permanentes de receita pública, sem a correspondente resposta de resultados positivos, que gerem empregos. Compreende-se a concessão do incentivo fiscal, desde que usado com seriedade, e não como instrumento financeiro de reforço do capital de giro das empresas.

    Note-se, por exemplo, o uso do álcool aditivado à gasolina, agora ressuscitado. Há anos, o Brasil inovou nessa área, ainda no período revolucionário. Ocorreram isenções fiscais e dinheiro barato “doados” em cascata. Em seguida, colocaram a alternativa tecnológica praticamente na gaveta.

    Quando parlamentar federal e seguindo a linha de abrir perspectivas para os brasileiros realmente avançados e inovadores, apresentei proposta na Câmara dos Deputados para a criação de um Banco de Talentos”, que terminou arquivada.

    Com funcionaria esse Banco de Talentos?

    Nada mais, nada menos, do que a informática usada no cadastramento de “talentos” para atividades em variados ramos do conhecimento. Observe-se que abrangeria igualmente os “talentos experientes”.

    Nos Estados Unidos, as pessoas que se aposentam com notório valor e especialização são disputadas pelos governos e empresas. As oportunidades de trabalho se multiplicam, justamente porque a experiência obtida ao longo da vida não pode ser substituída por nenhum mestrado ou pós-graduação.

    Claro que o “talento jovem” deve ser o alvo maior. Seriam aqueles que demonstram aptidões, desde o banco escolar. Existem muitos identificados nas escolas, Universidades etc... Caberia ao governo cadastrá-los, através de informações de currículo, disponibilizadas aos governos e iniciativa privada.

    O cadastramento não seria apenas de “doutores”. Em absoluto. A vocação e a competência não passam necessariamente pelas Universidades. Até pela falta de oportunidades.

    Outro ponto fundamental– como forma de recrutar pessoas experientes em várias profissões e atividades – é o estímulo ao trabalho voluntário.

    De acordo com a ONU, "voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos".

    A ONU oferece oportunidade para quem deseje participar do Programa de Voluntários das Nações Unidas, através do acesso a sua página na Internet http://www.unv.org.

    Nessa página é possível encontrar os cargos disponíveis e as exigências necessárias para o preenchimento das vagas. Mesmo que no momento da consulta não existam posições disponíveis, a solicitação será mantida em um banco de dados para chamamento posterior.

    Muitos são os caminhos que poderão evitar que a competência seja temida e substituída pelo prestígio à mediocridade, através do aval de “padrinhos” poderosos, ou lobbies sedentos de privilégios. Essa é uma ação dos governos, mas também da sociedade, sobretudo a iniciativa privada!

    Leia também o "blog do Ney Lopes".

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