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Brasília em Dia

  • 20 de Janeiro de 2013

    2014 já começou

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    O calendário eleitoral de 2014 está antecipado no Brasil. As pedras do labirinto eleitoral se mexem com olhos nas eleições de presidente, governadores, senadores e deputados.

    Todo o processo pré-eleitoral gira em torno da economia. Se o governo federal conseguir estabilizar as metas de crescimento e de combate à inflação, as urnas terão o rumo favorável à reeleição da presidente Dilma. Do contrário, a desvantagem oficial será inevitável, em que pese o governo ainda dispor do trunfo que lhe é favorável, do esfacelamento das oposições e ausência de propostas convincentes.

    Um dado preocupante e de difícil controle em curto prazo é a bolha do endividamento, que atinge o assalariado brasileiro. Recente análise do Ibope e da Serasa Experian mostra que 87% dos inadimplentes e 69% de quem estão com os pagamentos em dia chegam ao fim do mês sem dinheiro.

    No final do ano, o “Estado” divulgou estudo que confirma a existência de milhares de pessoas atraídas pela oferta de crédito fácil de 2009 a 2011, o que resultou num “calote” total de R$ 44,2 bilhões em bancos, financeiras e no cartão de crédito. Para comparar, em 2010 a inadimplência total era de R$ 23,7 bilhões, quase a metade da atual.

    O reflexo do aumento da inadimplência e do maior comprometimento da renda das famílias com dívidas reflete negativamente em setores vitais da economia. Depois do PIB de 7,5% em 2010, o país cresceu 2,7% em 2011 e em 2012 apenas 1%%. O risco maior está na persistência dessa queda até 2014, o que é negado enfaticamente pelo governo.

    Preocupa a tendência de retração da balança comercial, em que pese à garantia da nossa reserva cambial e o aporte de investimentos estrangeiros. O ano passado, a balança fechou com o menor superávit em 10 anos. A China consolidou a posição de maior fornecedor do Brasil, sendo o principal parceiro comercial. Reduz-se a procura de bens dos mercados europeu e, em parte, do americano.

    São justamente tais interrogações da economia, que antecipam o ano eleitoral de 2014 na política nacional. Os prefeitos recém-eleitos condicionam “apoios” à liberação de ajudas, num período em que o orçamento da União está exaurido pelos gastos com a Copa das Confederações, Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas de 2016.

    Transforma-se em grande desafio conduzir o país no mar turbulento da crise econômica global e a demanda de recursos públicos para satisfazer compromissos internacionais na área esportiva, além de preservar o nível de bem estar da população, principalmente as camadas sociais mais carentes,

    Até agora, a presidente Dilma consegue separar o seu governo do grave desgaste político do PT, a partir do julgamento do “mensalão” e os episódios envolvendo o ex-presidente Lula. A Presidente se mantém em invejável nível de aprovação popular. Porém, nunca é demais lembrar a advertência de Clinton ao seu marqueteiro: “é a economia, imbecil”. Clinton queria dizer, que para vencer o concorrente Bush o tema economia era prioritário. O marketing de Clinton passou a agir nessa direção e o candidato pulou da derrota para a vitória. Afinal, provou-se que o estômago da população está no bolso.

    Observe-se, ainda, que o PMDB, fortalecido com a vice-presidência da república e (possivelmente) as presidências da Câmara e do Senado, passa ser o fiel da balança. Tal fato contribui para 2014 começar em 2013, na medida em que o oxigênio político e financeiro se dirige para as sucessões estaduais, visando preservar interesses ecléticos e convergentes no apoio à reeleição da presidente Dilma.

    Surgem indagações sem respostas, em curto prazo. Até quando serão eleitoralmente confiáveis para o governo, as alianças nos estados do PMDB com os partidos da oposição? É possível agradar a dois senhores? O PT assimilará essas alianças, com prejuízos eleitorais evidentes? O PSB resistirá ao cântico da sereia de transformar o governador de Pernambuco em candidato de todos, menos do governo? Diante de um agravamento da economia, o PMDB manteria o apoio à presidente, ou alegaria que o cenário mudou?

    Com 2014 começando em 2013, o país já navega nas águas turbulentas do processo eleitoral antecipado. Todo cuidado é pouco!

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