Brasília em Dia
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29 de Junho de 2012
O “recado” da “Rio + 20”
O governo brasileiro contribuiu com o debate internacional sobre o meio ambiente, ao patrocinar a recente Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - a Rio+ 20”. O evento teve organização competente e os responsáveis pela nossa política externa fizeram o que podiam, diante da complexidade e as controvérsias que envolvem os temas debatidos. O choramingado a favor de conclusões com prazos e metas nas conclusões da Conferência tem muito mais razões político-ideológicas, do que científicas. A contribuição da “Rio + 20” foi, mais uma vez, abrir os olhos das Nações Unidas para tratar o tema com lentes realísticas, sem aprisionar-se a tabus.
A Conferência de Copenhague já deu esse aviso. A busca da sustentabilidade ambiental precisa deixar de ser uma fobia e transformar-se em busca de soluções sensatas. Há dados, por exemplo, que demonstram a tendência de esfriamento global, ao invés de aquecimento mundo, nos próximos 10 ou 20 anos. O professor ingles Vicky Pope jogou água fria naqueles que alardeiam a redução da camada de gelo do Ártico, como causa do aquecimento. Ele provou que a perda dágua resulta de ciclos naturais, e não do aquecimento global. O degelo está em redução progressiva. O clima mundial é muito complexo e nenhuma atividade humana poderá influenciá-lo
O IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas) é, sem dúvida, um órgão da ONU com inegável credibilidade. Todavia, essa instituição precisa ampliar o diálogo e abrigar as discordâncias. Sobretudo, após o caso conhecido como “climategate”, quando foram divulgadas informações de manipulação de dados para provar o aquecimento global e o anuncio de que até 2035 iriam derreter as geleiras do Himalaia. O geólogo americano John Shroder, da Universidade de Nebraska, provou o contrário ao comprovar que apesar do encolhimento de algumas geleiras há outras que estão até crescendo.
As tragédias de Nova Orleans e Bangladesh, nada tiveram a ver com as emissões de CO2, ou subida do nível do mar, em razão do aquecimento global. Em Bangladesh, as causas foram cheias decorrentes do assoreamento dos rios e a erosão de florestas.
Pela radicalização com que está sendo tratada a questão do meio ambiente, o mundo desenvolvido se afasta dos debates e passa a atuar indiretamente, através de ONGs recheadas de dólares, que propagam restrições ambientais de todo o tipo em países como o Brasil. Tais ONGs dizem o que deve ser feito, mas não dizem o que fazem e já fizeram os seus países de origem. Em verdade, tais países temem uma concorrência dos países em crescimento, através do uso econômico da biodiversidade e de áreas “recomendadas pelas ONGs” como de preservação total e absoluta. A loirinha da Holanda, que discursou na “Rio + 20”, omitiu que o seu país tem construções dentro do mar e nem por isso é poluído. Tais países não aceitam limitar de forma indiscriminada a ocupação econômica do solo, uso de espaços costeiros e a extração de minerais. O desenvolvimento sustentável que praticam justifica a construção de marinas, shoppings, hotéis, prédios residenciais, aliado a implantação de bacias de drenagem e saneamento básico, que escoam as águas e dejetos, por meio de túneis, canais, valas e fossos. A prova está em polos turísticos como o Tahiti – Polinésia francesa -, onde os hotéis são edificados dentro d’água e nem por isso as águas deixam de ser azuis e limpas. Os hotéis nas margens do mar morto na Jordânia e Israel são outros exemplos, além de Sidney na Austrália, Estocolmo, St. Petersburgo, a região litorânea de Cascais em Portugal, marinas como a de Miami nos Estados Unidos.
A “Rio + 20”, mesmo sem conclusões incisivas, deu o “recado” de que as próximas Conferências deverão somar forças para superar a obsessão de certas teorias e priorizarem a eficiência energética das energias renováveis, na redução dos efeitos de alterações no uso do solo, na regulamentação do desflorestamento, na prevenção aos efeitos da variabilidade climática, combate a fome e temas correlatos.
Ninguém em sã consciência é contra a preservação do “habitat natural”. Entretanto, essa preocupação não pode ser sinônimo de posições políticas inflexíveis, que aprofundem o fosso das desigualdades sociais e transformem os debates em verdadeiras “neuroses ideológicas” com a “sacralização” do meio ambiente, sem oferecer alternativas de mais equidade e justiça social no mundo.
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