Opinião

• 11 de Dezembro de 2011

  Os Estados Unidos não são mais aqueles!!!!

  

   

  Foi-se o tempo em que viajar para os Estados Unidos era sinônimo de dormir de porta aberta e deixar as compras em cima da cama do hotel. Amigos foram a Orlando neste início de mês. Passaram maus momentos. Em pleno shopping “The mall at Millenia” – o mais famoso de Orlando –, uma senhora portava bolsa esportiva. Dirigiu-se ao caixa da loja para pagar produto comprado.  Em fração de segundos percebeu que a sua bolsa estava cortada com Gilette, ou navalha. Entrou em pânico ao perceber os dólares roubados, todos os cartões de crédito, carteira de identidade do Brasil, bloco de endereços, medicamentos de uso contínuo etc. Com ajuda de acompanhantes dirigiu-se à segurança do shopping. Demorou a ser atendida, tudo à moda brasileira, que os “gringos” tanto criticavam. Ainda no setor de segurança, a vítima presenciou um casal de brasileiros, em desespero, registrando queixa de roubo no Shopping, com a perda do passaporte e passagens de retorno ao Brasil.

  O policial indagado sobre as providências mostrou-se cético em reaver o furto. Disse apenas que iria revirar o lixo do shopping. Provavelmente, os ladrões jogariam fora os objetos sem valor, como identidade, carteira de motorista etc... Passados dias, nem isto foi possível reaver O incrível é o segurança ter alegado que ganhava para proteger os bens da loja e não os clientes. Aconselhou procurar a polícia e não deu nenhuma orientação de como chegar ao posto policial.

  A vítima teve a iniciativa de ligar imediatamente para as operadoras dos seus cartões de crédito e pediu cancelamento. Um dos atendentes do cartão informou que naquele momento alguém já tentava efetuar uma compra de U$ 700.00, logo cancelada. A assaltada pediu que chamassem a polícia e prendessem o portador do cartão. Recebeu a resposta de que não seria possível, pois nos Estados Unidos todos são inocentes até prova em contrário e para ser preso precisa ter assistência de advogado. O fato comprova que o punguista estava próximo ao local do crime e mesmo assim nenhuma ação policial foi realizada. Nervosa, a turista perguntou ao policial sobre as imagens registradas nas câmeras do shopping. Ouviu a hipócrita justificação de que não seriam cedidas, por se tratar de empresa privada e o sigilo de imagem.

  Na verdade, os americanos neste particular jogam a sujeira para debaixo do tapete. Negam liberar imagens para não propagar que em Orlando a insegurança hoje em dia está tão grande quanto em cidades brasileiras. Até latrocínios se constatam.

  Somente restou à vítima indefesa retornar ao Brasil, sem nenhuma providência concreta tomada pela polícia americana. O fato traz consigo algumas regras para quem viaja, sobretudo rumo a Miami, Orlando e Nova York.

  1. Não ande com passaporte, identidade, documentos pessoais. Tire xerox´s.
  2. Não ande com dinheiro na bolsa, nem passagens aéreas. Se tiver de levar alguma quantia ponha numa bolsa pequena, pendurada no pescoço, por exemplo.
  3. Não coloque as suas compras na mala do carro alugado no estacionamento da loja. Os arrombamentos estão se tornando freqüentes. Os ladrões identificam os veículos como sendo de “locadoras”, o que torna presa fácil.
  4. Conduza consigo o número dos telefones dos cartões de crédito que possui para facilitar a ligação telefônica incontinenti, na hipótese de furto.
  5. No Hotel, não deixe mala aberta. Feche ao sair, com todos os objetos de valor dentro.

  A verdade é que os Estados Unidos não são mais aqueles!  Embora os americanos não divulguem, os assaltos estão acontecendo, em plena luz do dia. Pouca diferença do Brasil. Mesmo assim, o governo insiste em manter o visto de entrada no país, sob o ridículo argumento de que previne a “importação” de assaltantes brasileiros. Ao contrário, o perigo que ronda o Brasil é a exportação pelos americanos da avançada tecnologia de assaltos, em evolução no país.

  Leia também "o blog do Ney Lopes":
  www.blogdoneylopes.com.br

  

  Ney Lopes – Jornalista; advogado, professor
  de direito constitucional e ex-deputado federal.

  Publicado aos domingos nos jornais
  DIÁRIO DE NATAL e GAZETA DO OESTE
  Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte

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