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Opinião

  • 11 de Setembro de 2011

    Dez anos depois do 11 de setembro

    20110911_opiniao

     

    Em viagem particular, a bordo de um cruzeiro marítimo singro o atlântico norte a caminho de Nova York, onde chegarei quarta próxima. Através do milagre da Internet recordo neste artigo o 11 de setembro de 2001, quando seqüestradores liderados por Bin Laden jogaram dois aviões contra as “Torres Gêmeas” em Nova York e um contra o Pentágono, nos arredores de Washington DC.

    Dez anos depois lembro que residia à época em Brasília. Com o hábito que ainda hoje cultivo, trabalhava no computador, desde as primeiras horas da manhã. Por volta de 8 horas, o motorista Mauro aproximou-se e perguntou-me com justificável espanto: “o senhor conhece umas tôrres gêmeas, altíssimas, em Nova York”. Respondi-lhe que sim. Ele logo me chamou para a sala de TV ao lado e mostrou-me a destruição que ocorria. Assisti ao vivo o choque do segundo avião. Cena inacreditável. Parecia filme de Steven Spielberg.

    A primeira atitude foi ligar para o celular de Ney Junior, que fazia curso em Washington DC. Conversamos várias vezes, até que em certo momento a comunicação foi cortada. Um caminhão em disparada, cheio de explosivos, ultrapassara as barreiras de segurança do poderoso prédio do Pentágono, o maior centro de defesa do mundo. As labaredas de fogo subiram na capital dos Estados Unidos. Pânico geral. Dizia-se que começara a III Guerra Mundial. Outros afirmavam que o rio Potomac – que abastece de água a capital americana- estaria contaminado e começara uma guerra biológica.

    Segundo Ney Júnior, somente uma semana depois Washington voltou à normalidade. O 11 de setembro de 2001 provocou várias conseqüências nos Estados Unidos.  O governo foi obrigado a baixar os chamados "Atos Patrióticos", a maior iniciativa de restrição às liberdades individuais desde a época do McCarthismo. Criaram-se tribunais militares, autorizações quase que automáticas para escutas telefônicas; o governo federal foi autorizado a prender cidadãos suspeitos por até sete dias sem acusações formais; os controles de fronteira foram intensificados e intensificou-se a xenofobia que antes se limitava a questões de imigração ilegal e disputa por postos de trabalho braçal. Todos os olhos e ouvidos da nação americana ficaram à procura de indícios de uma possível nova ação terrorista. 

    Dez anos depois, a violência permanece e até cresce no mundo. Neste cruzeiro marítimo que faço visitei no início da semana a cidade de Bergen, na Noruega. A população ainda apresentava sinais de medo. A Noruega era um país que praticamente não fazia restrições ao ir e vir das pessoas. Agora, todos aparentam extrema preocupação com a segurança. Carros de polícia e soldados são vistos nas ruas com freqüentes pedidos de identificação, até de turistas. Tudo resultado do atentado de julho passado ao acampamento de verão de jovens no Partido Trabalhista, na ilha de Utoeya e a um prédio do governo no centro de Oslo, Noruega. O responsável pelo crime, atualmente preso, Anders Behring Breivik, tem apenas com 32 anos de idade. Ele se auto-classificou como “conservador e cristão”.

    A violência espalha-se no planeta. Nas “torres gêmeas” a inspiração foi o radicalismo islâmico. Na Noruega, a motivação veio do radicalismo de extrema-direita, que se alastra pelos países europeus. Ve-se claramente a repulsa aos imigrantes. O autor do massacre na Noruega disse ter ligações com um grupo chamado Cavaleiros Templários, formado em Londres há cerca de dez anos, que usa inclusive a suástica.

    O 11 de setembro de 2001 revelou ao mundo um verdadeiro choque de civilizações, que se prolonga até hoje. A esperança é que as relações internacionais, mesmo diante dessa realidade, percorram caminhos de paz e solidariedade humana. Deus queira que sim!

    Leia também "o blog do Ney Lopes":
    www.blogdoneylopes.com.br

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    Ney Lopes – Jornalista; advogado, professor
    de direito constitucional e ex-deputado federal.

    Publicado aos domingos nos jornais
    DIÁRIO DE NATAL e GAZETA DO OESTE
    Natal e Mossoró - Rio Grande do Norte


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