Marca Maxmeio

De Olho Aberto

  • 03 de Maio de 2008

    Deixa o bloco passar!

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    Final de semana decisivo para as conversas internas da chamada “base aliada” sobre a sucessão municipal em Natal.

    Estará na “cabeça de chapa” da “base aliada” a deputada Fátima Bezerra do PT, indicada por consenso pelo PMDB e PSB. O vice, talvez do PSB.

    Sepultadas – sem honras e aviso prévio - as candidaturas de Hermano Morais e Rogério Marinho.

    Hermano não sabia o rumo dos entendimentos, segundo declarou aos jornais.

    Rogério, que alcançou 15% de apoio na última pesquisa e rejeição mínima, é obrigado a “engolir”  DB com o PT e o PSB esid sucessa em negociaçanalto um grupo apenas para analisar diariamente as o nome de Fátima, com menos de 6% e a sua já tradicional rejeição de 20% em Natal.

    Está provado que quando há boa vontade e “querem” fazer alguém candidato elimina-se o argumento de que teve pouco voto na eleição passada, está enfermo ou mal nas pesquisas etc... Simplesmente lança-se o candidato.

    Já fui vítima disso no passado, quando Geraldo Melo do PSDB afastou-me impiedosamente da disputa do Senado, em nome de uma aliança com o então PFL.

    Um dos maiores choques que sofri na vida pública.

    A história se repete. O RN é assim!

    Sempre prevalecem os interesses pessoais do rolo compressor. Por trás de tudo estão as pretensões dos “donos” de partidos maiores e grupos tradicionais.

    Os que têm influência municipal aguardam o chamado do Governo para se compor. Depois lavam as mãos e vão cuidar dos seus interesses. Resistência zero.

    Rebelião - se existir - será sob “encomenda”. Somente para “inglês ver”.

    A deputada Micarla de Souza, por exemplo, poderá ser usada para justificar “rebeldias aparentes” na base do governo. Pura cortina de fumaça. Nada consistente, em termos de discurso de oposição, que pelo andar da carruagem não existirá na eleição de Natal em 2008.

    O governo federal, estadual e municipal comandam de ponta a ponta.

    A governadora Vilma poderá “permitir” que “alguns” da sua base apóiem outro nome, sem perderem nada no seu governo. Mera “permissão” consentida, como estratégia para inibir o “discurso de oposição”.

    No RN não se dá peso a lógica, a competência, coerência, ou a fidelidade partidária. Quem cultiva esses valores é chamado de incompetente.

    O tempo e “a conversa ao pé do ouvido” curam tudo.

    Inventaram essa história do “nome da vez”. Isto quer dizer: “vale tudo”, menos a decência, a correção e o respeito aos amigos fiéis.

    Nome da vez” é quem trouxer consigo mais vantagens, verbas públicas, empregos, “ajudas sociais” etc etc.... Hoje o sinônimo de tudo isto é receber o apoio do governo Lula. O “toma lá me dá cá” institucionalizou-se. Espírito público, jamais.

    O mais significativo – confirmando o cenário de Natal – foram os recentes cumprimentos e agradecimentos do Presidente Lula à governadora Vilma de Faria, na recente reunião da SUDENE em Aracajú, por ela ter atendido ao seu apelo em favor da “unidade da base”. O senador Garibaldi Alves e o deputado Henrique Alves também foram festejados pelo Presidente da República.

    Todos unidos no mesmo palanque. Nenhum deles se lembra mais do ocorrido em 2006. Os contrários se juntam e aspiram única e exclusivamente a sobrevivência política pessoal, a sombra do poder.

    A governadora Vilma de Faria faz em 2008 a mesma coisa que fez o Senador José Agripino em 2006 e mereceu, na época, tantas críticas dela e dos seus aliados.

    Não se fala em programas de governo, propostas inovadoras, criatividade. Nada. Absolutamente nada. Somente o “faz de conta”.

    O único argumento – sem consistência - é que alguns norte-rio-grandenses exercem cargos politicamente de destaque no Governo Lula.

    Isto poderia ocorrer sem adesismos. Uma coisa nada tem a ver com a outra.

    O que o RN ganha com isto? O que, além de verbas públicas dirigidas e endereço eleitoral certo?

    Até uma área de livre comércio - a nossa vocação natural - está sendo levada para o Estado de Roraima, com o aval do nosso Estado. Para o RN restará disputar com todos os demais Estados da federação um modelo superado de ZPE (Zona de Processamento de Exportação), que não existe mais em nenhuma parte do mundo. Coisa do século passado!

    Enquanto isto, o Parlamento Europeu já discute a substituição das atuais áreas econômicas especiais, ou áreas de livre comércio, por “associações econômicas globais inter-regionais”, que permitam a circulação de pessoas e mercadorias entre as zonas livres. Mesmo assim, pseudos “doutos” ainda falam em ZPE – condenáveis feudos econômicos das grandes potências, antes da globalização!

    E a oposição local como é que fica?

    Em 2010, tudo indica que o DEM disporá de dois trunfos na mão: (1) o fato de Rosalba ter começado há quatro anos a sua campanha para governadora e (2) o fortalecimento da candidatura José Serra à Presidência da República. Este último fator dependerá do Partido estar ou não aliado ao PSDB.

    A tradição e os precedentes demonstram a possibilidade do PMDB deixar o PT, “chegar perto” de José Serra e afastar o DEM. A justificativa será o desejo partidário de manter-se no poder a todo custo.

    Para que isso ocorra dependerá apenas de José Serra ter chances reais de eleger-se. Só isto. Nada mais. Se tiver, o PMDB apoiará. Se não tiver, se afastará..

    As últimas pesquisas presidenciais revelam um fato corriqueiro em eleições majoritárias. Quem perde uma eleição anterior é o favorito na eleição seguinte. Isto aconteceu com Serra na eleição da prefeitura de São Paulo e agora se repete na disputa presidencial.

    A dificuldade do PMDB apoiar o candidato de Lula será se o Presidente não for o candidato. Isto porque, o PT não dispõe de outro nome para ganhar, que não seja o do próprio Lula.

    Por tal razão, o PMDB não “dorme em serviço” e deixa várias portas e opções abertas na ante-sala de visita de Serra e de Aécio Neves.

    Voltando à eleição de Natal e do RN.

    Denomina-se de pragmático o reencontro do PMDB estadual com o PT e o PSB. No momento, o importante será dispor da “bolsa família” para distribuir sem critérios e ganhar a eleição municipal. A corrupção eleitoral está legalizada, travestida de “ajuda social”.

    Repito mais uma vez: no RN é assim!

    Em 2004 – quando fui candidato a Prefeito de Natal – levei ao conhecimento da Justiça o gasto do dinheiro público feito pelo então candidato Carlos Eduardo, distribuindo em plena campanha, vacinas contra a poliomielite, ornamentadas por ostensivas faixas de publicidade. Notório proselitismo eleitoral, expressamente proibido por lei.

    Relatei e documentei também, em petição à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público, uma reunião político-eleitoral, realizada no prédio da ASSEN em Natal, quando o prefeito-candidato distribuiu favores, dádivas e “ajudas” para favorecer entidades filantrópicas.

    Fatos públicos, incontroversos, incontestáveis. A TV mostrou cenas da reunião e dos delitos eleitorais nela praticados. Um assessor do prefeito agrediu cinegrafista e tentou quebrar a câmera de TV. Tudo foi filmado e divulgado.

    Perdi todas as ações ajuizadas.

    Até o Ministério Público opinou contrariamente ao meu pedido.

    Tive a sensação que não me graduara em Direito, não fora no passado o relator da Lei de Inelegibilidades, ainda vigente e que desaprendera o direito ensinado na velha Faculdade de Direito de Natal.

    Analisado o quadro atual e recordados fatos do passado conclui-se que a política no Rio Grande do Norte está se transformando em bloco de carnaval.

    A cada eleição, embora os personagens sejam os mesmos, o bloco muda apenas de fantasia. Tudo de acordo com a “moda” da época, de livre escolha.

    Até quando caberá ao espectador (ou eleitor), apenas, olhar e acompanhar o desfile?

    Infelizmente, o que se vê é a maioria da classe política aceitar, aplaudir e repetir em coro: “deixa o bloco passar”!

    No final, todos “dançam”, menos os vitoriosos!

    Coluna semanal
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    www.nominuto.com.br


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