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Brasília em Dia

  • 30 de Novembro de 2012

    A guerra e o Oriente Médio

    2012-11-30-emdia

     

    Mais uma vez, o mundo assiste o risco de explosão do estopim da guerra no Oriente Médio. Até agora, o bom senso parece ter prevalecido com o “cessar fogo”. Hoje, quase impossível o sonho de uma geração - o “Estado Palestino”. A maior dificuldade está na falta de um legítimo interlocutor palestino. Tentativas já foram feitas.

    A principal delas foi o acordo de Oslo em 1995, que conseguiu reunir israelenses e palestinos, os últimos representados pela OLP (Organização pela Libertação da Palestina). Tudo indicava a transformação do sonho em realidade, após uma transição negociada de cinco anos, até a formação do Estado Palestino. A resistência começou com os ataques suicidas contra Israel, liderados pelo “Hamas” criado em 1987 – considerado organização terrorista por vários países -, o mais expressivo grupo armado fundamentalista islâmico na Palestina, até hoje. Os próprios colonos israelenses se negaram a sair de territórios ocupados no sul do Líbano. Tudo resultou em fracasso. O estopim continua aceso na faixa de “Gaza” (fronteira com o Egito, Israel e mar mediterraneo, com 360 km2) e na “Cisjordânia” (área na margem do rio Jordão limitada por Israel e Jordânia, separada por um muro de 60 metros de largura).

    A posição geográfica de Israel tornou-se altamente vulnerável, o que lhe impõe o estado permanente de autodefesa. Ao sul, está a faixa de Gaza, que significa ameaças do grupo Hamas e do Egito, país governado pela Irmandade Muçulmana, em pleno processo de instabilidade política nas ruas. Ao norte, limita-se com o Líbano, país séde do grupo terrorista islâmico xiitaHezbollah” (nos últimos incidentes se mantém afastado), ajudado abertamente pelo Irã, cujo objetivo é a criação do Estado Islâmico Libanês e a extinção de Israel. Ainda ao norte, os israelenses correm o risco da Síria, envolvida em conflito interminável, também apoiada pelos iranianos. Ao leste, situam-se o Irã; a Cisjordânia, governada pelo líder palestino moderado Mahmoud Abbas e a Jordânia, cujo rei está ameaçado de cair a qualquer momento, o que poderá agravar a situação, considerando que 50% da população jordaniana é palestina e adepta da Irmandade Muçulmana, defensora da revogação do Tratado de Paz com Israel. Ao oeste, os limites são com forças militares americanas, aliadas dos israelenses.

    A conjuntura política, geográfica e econômica do Oriente Médio comprova que por trás dos conflitos, o maior risco nasce da posição belicista e irascível do Irã contra Israel. Não se trata de hipótese, mas sim a realidade de um país, que deseja extinguir militarmente o outro e confessa na mídia internacional. Há, inclusive, facções palestinas - os “cleptocratas da Cisjordânia”-, que rejeitam o apoio iraniano como forma de buscar a paz. Esses grupos encontram tremenda resistência dos “teocratas de Gaza”. Na verdade, os palestinos estão divididos e sem interlocutor confiável.

    Talvez, o que contenha a deflagração de conflitos mais sérios no Oriente Médio, principalmente em Israel, seja a “miscelânea” política das alianças no mundo árabe, unindo contrários e separando aliados.

    Vejam-se alguns exemplos. O Qatar é inimigo ferrenho do Irã, defende princípios democráticos, porém aliou-se aos terroristas do Hamas, da mesma forma que os turcos, antes parceiros de Israel. Há pouco mais de um ano, o maior “amigo” do Hamas no mundo árabe era o governo da Síria. Atualmente, são inimigos. Os cristãos apoiam Assad (Síria). Enquanto isto, um dos líderes exilados da oposição é também cristão.

    Por incrível que pareça, o governo do Iraque, apoiado pelos Estados Unidos, aliou-se ao Irã e a Síria, tradicionais inimigos dos americanos.

    Diante de tantas contradições, não se pode prever absolutamente nada sobre o futuro das relações entre os “primos carnais”, israelenses e palestinos. Ainda bem que o presidente Obama, agindo com extrema cautela, conseguiu o apoio do presidente egípcio Mohamed Mursi para o “cessar fogo” atual. O normal seria o governo egípcio seguir a Irmandade Muçulmana e atear lenha na fogueira, já que é simpático do Hamas.

    Graças a Deus, as “contradições políticas” do oriente médio beneficiam o resto do mundo. Certamente, se elas não existissem, a região estaria mergulhada na guerra!

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