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Brasília em Dia

  • 27 de Julho de 2012

    A crise depois do carnaval

    2012-07-27-emdia

     

    Após as alegrias dos pierrôs e colombinas no carnaval de 2013, a previsão do economista Nouriel Roubini, famoso por ter previsto a crise imobiliária americana em 2008, é que será agravada a crise da economia global, com a piora das dificuldades na Europa, pouso forçado da China, recessão nos Estados Unidos, desaceleração adicional nos emergentes (incluindo fortemente o Brasil) e uma violenta guerra no Irã, colocando em risco a paz mundial.

    O jornalista Alex Ribeiro, no artigo “mundo de incertezas” (publicado no jornal “Valor”), comenta a previsão catastrófica de Nouriel Roubini. Transcrevem-se a seguir trechos principais do texto jornalístico.

    “Do começo do ano para cá uma seqüência de dados econômicos negativos passou a sustentar pelo menos parte da tese da "tempestade perfeita". As economias desenvolvidas, que já iam mal, deram novos sinais de debilidade, na Europa e Estados Unidos. A grande surpresa é a desaceleração das grandes economias emergentes, sobretudo China e Brasil, em torno das quais houve certa euforia nos últimos anos.

    O artigo cita Jim Chanos, fundador do fundo de hedge “Kynikos Associates”, que previu a falência da empresa de emergia “Enron”. O seu prognóstico agora é que a China irá quebrar e com elas empresas brasileiras exportadoras de matéria prima”.

    A propósito, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou “para o risco de um pouso forçado da China no médio prazo, se o investimento desacelerar de forma mais acentuada, devido ao excesso de capacidade instalada em vários setores da economia”. Todavia, o FMI considera que se trata de um “evento com poucas chances de acontecer, embora não possa ser completamente descartado”.

    “Há pelo menos uma década se fala sobre o risco de pouso forçado na China. O grande fantasma agora é o suposto esgotamento de seu modelo de desenvolvimento, baseado, sobretudo, em exportações e investimentos. Os chineses têm menos fregueses no exterior para vender seus produtos, com o agravamento da crise econômica na Europa e nos Estados Unidos. Imagina-se que as empresas e o governo vão desacelerar os investimentos”.

    Na análise conjuntural há previsões otimistas, como a do economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, ao declarar em entrevista recente, que "a China deixou claro que irá estimular a sua economia de várias formas. Eles indicaram que vão expandir o investimento público, e já começaram a relaxar a política monetária”.

    O texto de Alex Ribeiro menciona Paulo Vieira da Cunha, ex-diretor de assuntos internacionais do Banco Central do Brasil, que visitou a China e opinou: "não me preocuparia com uma queda abrupta da economia chinesa. Não é a primeira vez que os chineses se deparam com uma queda indesejada de sua economia e, desta vez, querem fazer melhor para reanimá-la. Em 2008, quando a quebra do banco Lehman Brothers desencadeou uma crise mundial, a China anunciou um pacote de estímulo equivalente a quase 20% de seu produto interno bruto (PIB). A estratégia foi eficaz para, rapidamente, se retomar o crescimento, mas alimentou alguns desequilíbrios e vulnerabilidades. O legado foi uma concentração de renda nas empresas, por meio do aumento dos lucros, indo na contramão do objetivo de ampliar a renda das famílias para o consumo”.

    Agora, a estratégia chinesa, segundo Vieira da Cunha, é atuar mais pelos chamados mecanismos de preço, como redução da taxa de juros. “Em tese, haverá menos desequilíbrios. Mas talvez não funcione tão bem para estimular a economia quanto o pacote fiscal de 2008. Se as autoridades chinesas virem que não está funcionando, podem corrigir o rumo e repetir a receita que deu certo".

    Por outro lado, o FMI chama a atenção para o risco de uma “crise financeira causada pelo excesso de crédito dos últimos anos, não só no Brasil, mas na China e na Índia”.

    Em relação às perspectivas futuras do Brasil, tudo se resume ao fato de que “se houver inflação alta e crescimento medíocre” a tempestade nos atingirá em cheio. “Se a nossa economia crescer bem, sem acelerar a inflação, a crise irá para a lata do lixo”.

    Só resta rezar e esperar o futuro!

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